Encantos da
Alma (01/07/2012)
“Boris Kovac é um músico de
Vojvodina, a parte Panónia da Sérvia, que se tem destacado nas esferas
das novas músicas. Fundindo música tradicional jugoslava com a eletrónica, sons
ambientais e leituras de Corão, entre outros, Boris Kovac tem produzido discos
em que as influências das diversas culturas predominantes na Jugoslávia (a católica,
a ortodoxa e a muçulmana) se têm feito sentir.
Os temas escrupulosamente bem
estruturados que Boris Kovac elabora para os seus ensembles (Ritual Nova desde
1982, Ladaaba Orchest desde 2000 e La Campanella desde 2005), compostos por
violoncelos, violinos, pianos, percussão, vozes, saxofones, clarinetes,
cítaras, acordeão, etc. fazem-nos lembrar a música religiosa medieval, as
fusões globalizantes dos italianos Musci e Venosta e, mais recentemente, a
música judaica sabiamente misturada com a complexidade dos compassos dos Balcãs
e com a envolvência nostálgica do tango.
Boris Kovac tem 16 discos editados até à
data, dos quais se destacam “Ritual Nova I” (1986, Symposion), “Ritual Nova II” (1989, Recommended), “Anamnesis -Ecumenical mysteries”
(1996, Les disques VICTO), “The Last Balkan Tango” (2001, Piranha), “Ballads at the end of Time” (2003, Piranha) e “World After History” (2005,
Piranha), registos que criam espaços sentimentais dominados pela nostalgia e tristeza,
mas também pela alegria e entusiasmo romântico”
(06) Caravan Orient (Excerto) “Ritual Nova I & II”
(08) The Last Waltz in Budapest (5:03) “The Last Balkan Tango”
(08) Beguine Again (2:55) “World after History”
(03) Damar of Istanbul (6:27) “Ballads at the end of Time”
2ª Hora: Gothart (República
Checa)
“Gothart foi uma banda
constituída por sete elementos que foi fundada em 1993 na República Checa. Começaram por interpretar temas clássicos da
música medieval da Europa ocidental, mas a partir de 1998/99, começam a
dedicar-se quase exclusivamente às músicas do mundo, com incidência nas canções
tradicionais da região dos Balcãs.
Ainda que os
Gothart usassem instrumentação étnica e réplicas de antigos instrumentos, os
seus temas soam profundamente atuais. Para o facto, muito contribuíram as
vozes, naturalmente joviais, despretensiosas e sem grandes preocupações
puristas, remetendo-nos, a cada momento, para universos próximos da música pop,
embora menos exuberantes que as suas compatriotas BraAgas. Durante os treze anos da sua existência, os Gothart tiveram
grande relevância principalmente nos países de leste, tendo realizado mais de
700 concertos, festivais e eventos de caridade, incluindo apresentações na
França, Alemanha, Polónia, e República Eslovaca, entre outros.
Da discografia dos Gothart constam seis
registos, editados em duas fases distintas. Até 1999, no período em que se
interessaram pela música medieval editaram “Por nos de dulta” (1996), “Stella splendens” (1997) e “Adio querida” (1999), onde
incluíram Cantigas de Santa
Maria de Afonso X, de Castela e Cantigas
de Amigo de Martin Codax de Vigo (século XIII), temas do manuscrito Llibre Vermell de
Montserrat da Catalunha (século XIV) e canções antigas dos judeus sefarditas.
A partir de 2000, os Gothart nos álbuns “Cabaret” (2000), “Rakija’n’roll”
(2003) e “Rakioactive” (2006), enveredaram por interpretar canções
ciganas e temas tradicionais de várias regiões da Europa de Leste (nomeadamente
da Macedónia, Grécia, Albânia, Roménia, Hungria, Bulgária, Kosovo, Croácia e
Bósnia), ou de outras regiões como a Arménia ou Israel. É, no entanto, a fase
medieval que aqui vamos destacar”.
(04) Adio querida (2:43)
“Adio querida”
(03) Hija mía mi querida (3:38) “Adio querida”
(02) A Que Por (0:59) “Stella splendens”
(14) Como Poden (2:26) “Stella splendens”
(03) Cuncti Simus (3:18) “Stella splendens”
(01) A Virgen Que De Deus Madre (1:31) “Stella splendens”
(07) Stella Splendens (7:51) “Stella splendens”
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