Encantos da
Alma (15/07/2012)
“Filha de imigrantes provenientes da
Guiné Equatorial, antiga colónia espanhola, Concha Buika nasceu em Palma
de Maiorca (Ilhas Baleares). Era a única negra num bairro de brancos com
uma forte comunidade cigana, que a introduziu no flamenco. Com raízes africanas
e influências americanas, graças às suas passagens por Nova Iorque e Las Vegas,
Buika criou uma sonoridade única, adornada por uma voz apaixonante, ora suave
ora explosiva. Ouvi-la é uma experiência arrasadora, o que levou “El País” a
apelidá-la de “guerrilheira da copla” e o “Público” de “vulcão vocal”.
Conhecida artisticamente pelo sobrenome,
Buika tornou-se uma revelação no cenário musical internacional ao misturar as coplas, as bulerías, as rumbas e as rancheras com elementos de jazz, de soul e de blues. A sua carreira musical teve início em 2000, com “Mestizüo”, com o pianista Jacob Sureda, um registo pouco
significativo. Em 2005, começou a dar provas do seu talento com o álbum
homónimo, “Buika”, mas a visibilidade nacional e internacional só surgiu
com “Mi Niña Lola” (2006), que venceu nas categorias de Melhor Álbum e
Melhor Produção da música espanhola. No trabalho seguinte, “Niña de Fuego”
(2008), produzido pelo experiente Javier Limón, Buika expressava as suas
vivências pessoais e criava o seu registo mais sentimental e apelativo. Em
2009, Buíka juntou-se ao pianista Chucho Valdés para gravar “El Último Trago”, uma homenagem à cantora mexicana Chavela Vargas, e em 2011 surgiu a
sua primeira compilação “En Mi Piel”, que contém três temas inéditos.
Para além da sua já rica produção
discográfica, tendo alguns dos seus registos sido nomeados para os Grammy
Awards, na categoria de música latina, Buika encetou, por outro lado, algumas
colaborações com outros músicos espanhóis e internacionais. Fez um dueto com a
cantora portuguesa Mariza para
o disco “Terra (Pequenas Verdades)”,
com cantora grega Elefteria
Arvanitakis, na música “Mirame”,
com Nelly Furtado no tema “Fuerte” e com Seal na música “You Get
Me”. Além disso, podemos vê-la no último filme de Pedro Almodóvar, "La Piel que Habito",
interpretando a canção "Por el
amor de amar", um dos temas inéditos do seu último disco, "Em mi piel".”
(08) Volver, volver (4:23) “Niña de Fuego”
(06) En el Último Trago (2:48) “El Último Trago”
(10) Somos
(4:10) “El Último Trago”
(01) Mi niña Lola (4:27) “Mi Niña Lola”
(01) La Falsa Moneda (3:35) “Niña de Fuego”
(01) Por el Amor de Amar (2:43) “En Mi Piel”
2ª Hora: Esther Lamandier (França)
“De origem judaica romena ashkenazi, por parte da sua
família paterna, Esther Lamandier nasceu em França, obteve formação em piano, solfejo, canto e musicologia e
especializou-se na interpretação do repertório medieval. Tornou-se professora e
começou a ensinar educação musical durante alguns anos, até encetar uma
colaboração com o Grupo Vocal de França e com o Atelier Lírico do Reno. A
partir de 1977, Esther Lamandier
começou um caminho solitário, dando recitais e interpretando cantos medievais,
fazendo-se acompanhar apenas pela harpa e pelo órgão portátil.
Esther Lamandier começou por editar para a etiqueta Astrée, tendo lançado dois
registos: “Decameron: Ballate Monodiques de l'Ars Nova Florentine”
(1980), um disco sobre formas poéticas e musicais italianas dos séculos XIII ao
XV, nomeadamente de Lorenzo da Firenze, Ghirardello da Firenze e Francesco
Landini; e “Alfonso el Sabio: Cantigas de Santa Maria” (1981), um álbum
com nove das quatrocentas e vinte e sete composições em galego-português, que
foram editadas no século XIII, no tempo do Rei Afonso X de Castela.
Em 1982, Esther Lamandier criou a sua
própria editora, a bem sucedida "Aliénor", e aí editou vários
registos: “Romances Séfarades et Chants Araméens” (1982), com temas dos
judeus sefarditas e canções em aramaico, a língua de Jesus; “Chansons de Toile au temps du Roman de la Rose” (1983), com temas do Manuscrito de St
Germain e do Manuscrito do Rei (Audefroi, O Bastardo), vencedor do prémio da
Academia Charles Cros; “Domna” (1987), com Ballate (da Itália do século XIV) e com temas de Guillaume de
Machaut (1300-1377), dos minnesänger (trovadores alemães do século XIV) e dos Troubadours (da França dos séculos XII e
XIII); “Chansons Andalouses et Tangos” (1988), com canções da Espanha do
sul e da Argentina; e “Psaumes de David” (1992) e “Cantiques des Cantiques” (2000), ambos com temas tradicionais judaicos, cantados em
hebraico bíblico.”
(04) Per Tropo Fede (3:36) “Decameron”
(01) A que por muy gran fremosura (3:54)
“Cantigas de Santa Maria”
(03) Entre Av' e Eva (3:12) “Cantigas de Santa Maria”
(10) El Conde nino (3:20) “Romances”
(01) La roza enflorese (2:20)
“Romances”
(14) Non vedi tu amor (3:45) “Domna”
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