Encantos da Alma (15/01/2012)
Destaques
1.ª Hora: Fatoumata Diawara (Burkina Faso/Mali)
“Nascida na Costa do Marfim, Fatoumata Diawara foi levada, aos doze anos de idade, para casa de uma tia em Bamako, a capital do Mali, por se ter recusado a frequentar a escola. Mas Fatou decidiu fugir, antes de atingir a maioridade, e juntar-se, em circunstâncias rocambolescas, à companhia circense Royal Deluxe.
A dança logo na infância, o teatro na adolescência, e, mais tarde, o circo, o cinema e a música foram experiências que foram enriquecendo e moldando a forte personalidade da graciosa africana. Musicalmente, Fatoumata colaborou com o inglês Damon Albarn, líder dos Blur, com Cheick Tidiane Seck, um reputado compositor do Mali, e evidenciou-se como corista de Dee Dee Bridgewater e Oumou Sangaré.
Instalada em Paris, Fatoumata Diawara decidiu, entretanto, privilegiar a sua carreira a solo e, em 2011, com 29 anos de idade, editou o seu primeiro registo. “Fatou”, assim se intitula o disco, editado para a prestigiada World Circuit, abarca a tradição dos cantos melodiosos e ritmados particularmente da região Wassoulou, no sul do país, onde predomina um estilo musical próprio e distinto do universo dos gritos, e alimenta-se da modernidade, um pouco à semelhança do que tem feito a sua compatriota, Rokia Traoré, já aqui destacada. Com efeito, ainda que em “Fatou” predominem canções com uma cor e um sabor profundamente africanos, graças talvez ao canto inebriante de Fatoumata e à utilização ocasional do ngoni (alaúde), o facto é que privilegia instrumentos contemporâneos, nomeadamente a guitarra, o baixo e a bateria. O resultado é, sem dúvida, entusiasmante.”
(02) Sowa (3:08)
(05) Makoun Oumou (4:36)
(09) Mousso (3:19)
(10) Wililé (4:50)
2ª Hora: Hespèrion XXI (Catalunha/ Suíça)
“Na Antiguidade, às duas penínsulas mais a ocidente da Europa - a Itálica e a Ibérica - era dado o nome de Hesperia. Hesperio designava, em grego, um indivíduo originário de uma dessas penínsulas, mas era também o nome dado ao planeta Vénus quando, ao anoitecer, aparece no céu a Ocidente.
Unidos pela ideia comum de estudar e interpretar a Música Antiga, a partir de premissas novas e atuais - e fascinados pela imensa riqueza do repertório musical hispânico e europeu anterior a 1800 – os catalães Jordi Savall (instrumentos de arco) e Montserrat Figueras (canto), o americano Hopkinson Smith (instrumentos de corda dedilhada) e o argentino Lorenzo Alpert (instrumentos de sopro e percussões) fundaram em 1974, em Basileia (Suíça), o agrupamento Hespèrion XX. No decorrer de quase quatro décadas de existência, os Hespèrion XX, que à passagem para o novo século assumiram o nome de Hespèrion XXI, têm-se dedicado à revalorização desse repertório, realizando um grande número de programas, através de diferentes produções de rádio, televisão e disco (contando mais de quatro dezenas de gravações para as etiquetas EMI, Astrée/Auvidis, Philips, Archiv, Fontalis e Alia Vox).
Abarcando um tão vasto repertório, exigiu dos intérpretes dos Hespèrion XXI um grande virtuosismo e um conhecimento profundo dos diferentes estilos e épocas, pelo que o grupo enveredou pela constituição de formações variadas. Assim, optou por integrar alguns dos melhores solistas internacionais em cada domínio e variar segundo o repertório a interpretar, ainda que mantivesse sempre o mesmo núcleo.
Na atual problemática da interpretação da música antiga, a originalidade dos Hespèrion XXI reside na criatividade individual no âmbito de um trabalho de grupo (onde a improvisação tem, naturalmente, o seu lugar) e na procura de uma síntese dinâmica da expressão musical, aliadas ao conhecimento estilístico e histórico e à imaginação criativa dos vários músicos.”
(I.12) A chantar m’er de so (6:52) “Le Royaume Oublié”
(08) La Quinte Estampie Real (5:23) “Estampies & Danses Royales”
(06) Istampitta: La Manfredina (2:34) “Orient-Occident”
(13) Madre de la gracia (3:06) “Istanbul”
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