domingo, 18 de novembro de 2012

72. Canções de embalar (Global) / Malandança (Espanha)



Encantos da Alma (18/11/2012)
1.ª hora: Canções de embalar (Global)
“Tal como os lamentos fúnebres, as celebrações dos casamentos, os cantos do trabalho e a música ritual, também as canções de embalar datam de tempos imemoriais. Intimamente e quase exclusivamente ligadas a experiências femininas (as mães, naturalmente, mas também as avós, as tias, as amas…), as canções de embalar constituem o primeiro contacto das crianças com a música; mas é, também, o amor e a linguagem do coração que são transmitidos através destas canções, destinadas a acalmar as crianças e a conduzi-las serenamente ao sono.
Em termos musicais, as canções de embalar, sejam quais forem as suas proveniências, mostram um certo número de similaridades: versos simples, refrões baseados em cantos onomatopaicos, um número limitado de sequências melódicas que podem ser repetidas e ritmos suaves e monótonos para ajudarem as crianças a adormecer. A origem dos textos pode ser extremamente diversa: a promessa de um objeto ou de um brinquedo, a referência ao regresso de um pai ausente, a incorporação de temas religiosos, a evocação de circunstâncias próprias e pessoais dos intérpretes, sobretudo quando as crianças ainda não dominam a linguagem, etc.
Das dezenas de discos dedicados às canções de embalar que ouvimos (“The Planet Sleeps”, “Cuban Lullaby”, “Brazilian Lullaby”, “African Lullaby”, “Latin Lullaby”, “Mediterranean Lullaby”, “World Lullabies”, “World Music for little ears”,  “Lullabies for a small world”, “Traditional Lullabies” de Nikos Kypourgos e Savina Yannatou, “Ninna Nanna”, de Montserrat Figueres, entre outros), retirámos oito autênticas pérolas, que, ao longo dos anos, têm ajudado as crianças a adormecer.”
(1)  Françoise Atlan/Juan Carmona (Espanha) (7) Nana del cariño (2:09)Falla/Lorca: Spanish popular songs
(2)  Sherrilyne Blakey-Smith (EUA) (2) Yhanaway Hay Yowna (1:16) “The Planet Sleeps”
(3)    Vijay Bharti (Índia) (III.4) Lori (3:40) Ganga: Les Musiques du Gange
(4)    Samira Donya & Alain Aubin (Sudão/França) (4) Mahdiyat (2:10)Mozart in Egypt
(5)     Boukman Eksperyans (Haiti) (13) Mayi A Gaye (2:48) “Kalfou Danjere
(6)     Savina Yannatou (Grécia) (12) Koimatai (2:20) “Traditional Lullabies”
(7)     Floxy Bee (Nigéria) (9) Oluronbi (4:15)African Lullaby
(8)     Stella Rambisai Chiweshe (Zimbabwe) (14) Chitsidzo (3:03)World Music for little ears

2ª Hora: Malandança (Espanha)
“O grupo Malandança, especializado na música medieval, foi fundado na Galiza (Espanha), em 2000, a partir da proposta de Francisco Luengo, o diretor da banda, que decidiu contactar vários músicos que conhecia para fazer um concerto de música medieval, sem saber se essa iniciativa teria ou não continuação.
Constituídos por sete elementos, os Malandança cantam, contam e tocam guitarra mourisca, cítola, harpa, violas e várias percussões. As réplicas que utilizam foram construídas sobretudo por Luengo, a partir dos instrumentos representados no Pórtico da Glória da Catedral de Santiago de Compostela (século XII) e das esculturas da Sé capitular do Pazo de Xelmírez (século XIII), à exceção da guitarra mourisca, que foi feita a partir de uma das miniaturas presentes no Códice b. 1.2, do mosteiro do Escorial.
Os Malandança têm apenas editado o disco Unha noite na corte do Rei Alfonso (2001 Clave Records), gravado na Igreja de Santa Maria de Viceso (Galiza), no qual constam sete cantigas de Santa Maria. Fazendo parte de uma coleção de 426 obras dedicadas à Virgem, estas cantigas foram escritas em galaico-português na segunda metade do século XIII, por volta de 1250-80, sob a direção do então rei de Castela, Afonso X, o Sábio (1221-1284). Pela sua coerência temática e formal, pela sua homogeneidade estilística, pelo seu número e até pela beleza dos próprios manuscritos que as contêm (alguns deles com luxuosas miniaturas), esta coleção tornou-se num fenómeno particular na história da música medieval e constitui o cancioneiro com mais variedade de temas acerca da Virgem Maria em toda a Europa”.
(03) Cantiga 7: Santa María amar devemos (6:15)

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