Encantos da Alma (17/03/2013)
1ª
hora: Zap Mama (Bélgica/Zaire)
“Marie Daulne, natural de Isiro no Zaire (atual
República Democrática do Congo), filha de mãe africana e pai belga, resolveu
juntar-se a outros músicos que tivessem uma forte ligação entre o continente
africano e o europeu. Formou, assim, nos anos 90, as Zap Mama, com Sylvie
Nawasadio, Cecilia Kandonda, Celine 'T Hooft e Sabine Kabongo. Idealizado
primeiramente como um grupo coral, as Zap Mama evoluíram, entretanto, para um
conceito mais abrangente de World Music, em que as influências de ritmos
tribais se misturam ao soul, rhythm & blues, pop e hip-hop, numa mistura
que soa, ao mesmo tempo, original e ultra moderna.
Foi pelo regresso às raízes musicais, essencialmente
vocais, dos povos mais ignorados do mundo atual que Marie Daulne tomou
consciência da grandeza e da força das capacidades humanas na expressão
musical. A utilização do corpo, do suspiro, da respiração e da vibração das
cordas vocais pelos pigmeus, que não recorrem a instrumentos elaborados,
fascinaram a mentora das Zap Mama de tal modo que a maior parte do seu
repertório, pelo menos o da primeira fase do grupo, transmite toda a beleza e a
pureza dessa cultura, uma das mais antigas de África.
As Zap Mama editaram até à data sete registos: “Zap Mama” (1992), “Sabsylma” (1994), “Seven” (1996), “A Ma Zone” (1999), “Ancestry in Progress” (2004), “Supermoon” (2007) e “ReCreation” (2009). É o primeiro
registo deste coletivo belgo-zairense, o único verdadeiramente imprescindível,
que vamos aqui destacar. Nesse álbum, simplesmente intitulado “Zap Mama”
(editado pela prestigiada Crammed Discs), o grupo, de forma superlativa, atinge
o auge da criatividade, elaborando ritmos e arranjos onde polifonia e
polirritmia se casam de forma exemplar. A riqueza e a diversidade das canções
populares da Síria, Ruanda, Zaire, Tanzânia e Espanha, bem como dos pigmeus da
República Centro-africana e dos zulus da África do Sul desfilam no álbum como
autênticas pérolas da World Music.”
(01) Mupepe (3:50)
(16) Brrrlak! (3:30)
(03) Abadou (4:07)
(14) Babanzele (7:40)
“Até à
data, era costume considerar a música grega (dos séculos V ao I a.C.) como o
início para o estudo da música ocidental. Contudo, sabia-se existir um vazio no
nosso conhecimento sobre a origem desta forma de arte. De onde teriam partido
os gregos para desenvolver o seu sistema musical? Não existiam dúvidas que
incorporaram muitos elementos novos e que delimitaram os conceitos e criaram
uma ciência musical propriamente dita. Agora sabemos que continuaram uma
tradição musical milenária integrada na cosmologia, em grande parte proveniente
do Egito e da Suméria, que começa no 3.º milénio a.C. e que seguiria unida à
filosofia helenística e perduraria durante a Idade Média.
Recorrendo a várias
fontes ou “campos de investigação”, como o estudo rigoroso dos instrumentos
conservados em museus e a sua reprodução fiel, a análise do folclore do vale do
Nilo, da música copta e da iconografia no Egito, vários egiptólogos têm chegado
a conclusões minimamente precisas de como era a música no tempo dos faraós.
Todo este esforço resultou na descoberta de uma teoria musical, de uma
sofisticação inimaginável há algumas décadas atrás, patente em obras como “La
musica en la era de las Pirámides”, do musicólogo e compositor espanhol Rafael
Arroyo.
Vários são os registos
fonográficos que, com maior ou menor rigor, se debruçam sobre a música do
Antigo Egito. Salientam-se, entre outros, “Music of the Ancient Sumerians, Egyptians & Greeks”, do ensemble americano De
Organographia; “Ancient Egypt”, do libanês Ali Jihad Racy; “Ankh: The Sound of Ancient Egypt”, do australiano Michael Atherton; “Musicin the age of the Pyramids”, do Hathor Ensemble, de Espanha; e “The Miracle of Egypt”, dos egípcios Pharaoh”.
(1)
De Organographia (EUA) (1) Musical Excerpts
(3:02) “Music of the Ancient Sumerians, Egyptians & Greeks”
(4)
Rafael Pérez Arroyo / Hathor Ensemble (Espanha) (3) Iba Dance (6:59) “Ancient
Egypt: Music in the age of the Pyramids”
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