Encantos da Alma (03/03/2013)
1ª
hora: Savina Yannatou e Primavera en Salonico (Grécia)
“No âmbito
da ECM Lisbon Series, uma associação entre o Centro Cultural de Belém e a
prestigiada editora alemã ECM – casa discográfica de muitos dos mais
importantes e inovadores músicos da atualidade fundada por Manfred Eicher em
1969 – veio a Lisboa este fim-de-semana (sexta, 1 de Março), a destacada
cantora grega Savina Yannatou, acompanhada do agrupamento Primavera
en Salonico. Natural de Atenas, Savina iniciou a sua carreira musical em
1979 e encetou com o grupo Primavera en Salonico um caminho comum desde 1993,
afirmando-se como um expoente máximo das
músicas do Mediterrâneo.
No seu belíssimo canto,
Savina alia a sensualidade da música tradicional da Grécia com a expressividade
típica do “rembetiko”, o “blues grego” como já foi apelidado, tão profundo como
o fado, marcado pelo oriente muçulmano, pelas várias tonalidades das diversas
culturas mediterrânicas e pela espiritualidade dos judeus sefarditas expulsos
da Península Ibérica no séc. XVI que encontraram refúgio em Salónica.
Da discografia de Savina Yannatou com o projeto Primavera en Salonico constam seis registos: “Spring in Salonica” (1995), “Songs of the Mediterranean” (1998), “Virgin Maries of the World” (1999), “Terra Nostra” (2003), “Sumiglia”
(2005) e “Songs of an Other” (2007). Neles, Savina interpreta romances
sefarditas e temas tradicionais da Grécia e de praticamente todos os países
banhados pelo Mediterrâneo. Celebrando as diferenças entre as várias tradições
e as similaridades que partilham, Savina Yannatou percorre os vários
imaginários do sul, com a expressividade, a sensibilidade e o rigor de quem
nele mergulhou o corpo e a alma”.
(07)
Como Poden Per Sas Culpas (2:35) ““Virgin Maries of the World”
(02)
El sueño de la hija del rey (4:50) “Spring in Salonica”
(10)
Smyrnaean air (3:10) “Songs of the Mediterranean”
(09) Schubho Lhaw Qolo
(3:31) “Terra Nostra”
(11) Ganchum em yar ari
(3:08) “Sumiglia”
(01)
Sareri Hovin Mernem (5:38) “Songs of an Other”
2ª
hora: Alain Chekroun & Taoufik Bestandji (Israel/ Argélia)
“A música
judaica antiga parece ter sido utilizada principalmente para o culto público,
mas também em ocasiões, quase rituais, como coroações e celebrações. De facto,
tal como indicam muitas passagens do Antigo Testamento, seria difícil para os
judeus imaginar uma ocasião de alegria na qual não estivesse presente a música.
Alain Chekroun & Taoufik Bestandji tiveram
o engenho e a arte de lançar um dos registos mais inovadores dos últimos
anos sobre a música judaica antiga.
Alain Chekroun, filho do grande rabbi da sinagoga de Constantina, célebre na
comunidade judaica do Norte de África, é um cantor litúrgico, proveniente de
Israel. Taoufik Bestandji, um dos mais importantes músicos argelinos da
atualidade, é um percussionista e especialista no oud, o alaúde árabe. Juntos uniram esforços
para produzir em 2007 o fascinante disco de fusão judaico-muçulmana,
“Chants des Synagogues du Maghreb” (Magda
Records), em o canto litúrgico
dos judeus é acompanhado por músicos árabes.
Melodias da música
clássica árabe do Magrebe, o Malouf adornam textos judaicos tradicionais
(baseados nas cerimónias de circuncisão, do Shabbat e das festas) e
textos tirados da Bíblia. O ritmo, a alquimia da heterofonia, o jogo de
timbres, a reconstrução da métrica poética da música profana andaluza entroncam
e enriquecem o piyyat, isto é, o canto litúrgico judaico e fazem de
“Chants des Synagogues du Maghreb” um regalo para os ouvidos”.
(02) Kel adone (6:48) (Ler o texto até 1:19)
(02) Kel adone (6:48) (Ler o texto até 1:19)
(03)
Rahamekha (9:12)
(06) Ephtah pi (4:56)
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