Encantos da Alma (21/04/2013)
1ª
hora: The Skatalites
(Jamaica)
“Sem The Skatalites o reggae nunca teria
existido. A partir do Jazz, Calipso, Mento até ao Rhythm n’ Blues, a mítica
banda da Jamaica criou um ritmo completamente novo que ficou conhecido
por Ska. Gravando em estúdios como o Studio One e o Treasure Isle, os Skatalites dominaram toda a música jamaicana a
partir dos anos sessenta e impuseram-se como uma banda a seguir.
Constituídos por conceituados músicos de jazz de
Kingston, como Roland Alphonso, Tommy McCook, Don Drummond, Cedric Brooks,
Lloyd Knibb e Lloyd Brevett, entre outros, que inovaram o mundo da música, os
Skatalites tornaram-se numa autêntica instituição e na principal referência da
Jamaica. A sua contribuição para a primeira criação original da música
jamaicana foi fundamental, tanto na gravação de dezenas de instrumentais de
matriz jazzística, como no servir de propulsor musical a muitos jovens cantores
que começavam a sua carreira. Em Janeiro de 1965, o epílogo da trágica história
do trompetista Don Drummond deu lugar à dissolução dos Skatalites, mas os seus
membros contribuíram decisivamente para o nascimento do reggae, no final dos
anos 70. Pode, mesmo, dizer-se sem exagero que a história do reggae se iniciou
com os Skatalites.
A banda reativou-se em várias ocasiões e, desde
1980, percorre os palcos internacionais em inúmeras tournées, sobretudo em
memória dos membros fundadores, entretanto falecidos. Da sua discografia, que
conta com mais de duas dezenas de discos, iniciada em 1964 com “Ska Authentic”
até “Walk With Me” (2012),
salientam-se autênticos êxitos internacionais como “Guns of Navarone”, “Freedom Sound”, “Skata Skata”, “Man in the street” e “Lester’s Mood”, entre muitos
outros.”
(03) Simmer Down (2:50)
“Foundation Ska”
(07) Man in the street
(6:08) “Hi-Bop Ska”
(01) Guns of Navarone (5:11)
“Hi-Bop Ska”
(01) Garden of Love (4:38)
“From Paris with Love”
(04) Ska Fort Rock (4:09)
“From Paris with Love”
2ª
hora: Els Trobadors
(Espanha)
“O principal projeto do ensemble espanhol Els Trobadors foi o de trabalhar sobre as bases do movimento dos trovadores
medievais dos séculos XII e XIII, musicar os poetas catalães e recriar as
músicas tradicionais, segundo uma visão e estética atuais, embora mantendo os
timbres da instrumentação medieval. Compunham o grupo a cantora Maria Dolors
Laffitte, conhecida, a partir de 1996, por Maria Laffitte, entretanto falecida
em 2008, e o seu marido na altura, o multi-instrumentista Alfons Encinas. O
repertório dos Els Trobadors interpretado em instrumentos antigos (como o
alaúde medieval, a viola de roda, o saltério, a mandola e a rabeca, entre
outros) e incluído num único álbum, incidiu na Idade Média e, em particular, na
tradição trovadoresca.
Belíssima, de cristal, a voz de Maria Dolors
Laffitte paira sobre um espetro alargado de arranjos instrumentais, dando novo
sentido ao cantar trovadoresco. Graças a si, mas também aos músicos que a
acompanham, a Catalunha, região natal dos Els Trobadors, foi, assim,
laboratório iniciático dos trabalhos de amor, na sua forma gnóstica, do
contacto direto e solitário com Deus, por oposição ao amor de Roma, seu
inverso, que tinha a igreja como intermediária.
“Et ades sera l’alba”, o único
álbum do duo catalão, fala a linguagem do amor, privilegiando o seu lado
lúdico, num labirinto de referências que brotam do caldeirão de culturas que
formaram a sensibilidade do homem medieval, na Europa. Trovadores dos séculos
XII e XIII como Tibors, Jaufré Rudel, Bernart de Ventadorn, Berenguer de Palou,
Ramón Llull, Giraut de Bornelh, entre outros, desfilam magistralmente, num dos
álbuns mais significativos de sempre, nos domínios da música antiga”.
(02) Can vei la lauzeta mover (5:26)
(03) A vos Dona verge Santa Maria (3:42)
(07)
Reis Glorios (14:53)
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