domingo, 22 de abril de 2012

57. Amélia Muge e Michales Loukovikas (Portugal/Grécia) / Eduardo Ramos e Ensemble Moçárabe (Portugal)


Encantos da Alma (22/04/2012)
1.ª hora: Amélia Muge e Michales Loukovikas (Portugal/Grécia)
O primeiro encontro entre a portuguesa Amélia Muge e o grego Michales Loukovikas deu-se há mais de dois anos. Encetaram uma parceria que resultou num projeto intitulado Periplus - Deambulações luso-gregas, editado este ano (2012) pela Eter Music/UGURU, e que contém um disco e um livro de 64 páginas com letras e desenhos de Amélia Muge e textos de vários autores.
“Periplus”, que significa circum-navegação, refere-se às antigas viagens no Mediterrâneo e para lá dele, no oceano Atlântico e Índico. Homenageia a cultura mediterrânica e todas as outras em contacto com este berço civilizacional. Construir pontes, abrir janelas, é o que esta viagem traz de mais empolgante, com a ajuda de excecionais músicos portugueses e gregos. Para lá de composições e poemas originais, “Periplus” recupera a música e a poesia grega antiga, nomeadamente ao Primeiro Hino délfico, ao Hino a Némesis e ao Epitáfio de Seikilos; revisita temas tradicionais portugueses e gregos; dialoga entre o rembético e o fado; evoca a morna de Cabo Verde e as canções de embalar e lamentos de ambos os países; descobre uma quase idêntica lírica entre um tema galaico-português e uma canção grega oriunda da Ásia Menor; e faz, ainda, uma viagem a poemas de Natália Correia, Ares Alexandrou, Fernando Pessoa, Constantino Cavafy e Hélia Correia.
Projeto inovador no domínio da música greco-portuguesa, cujo objetivo dos intervenientes foi o de trabalhar a música e a poesia numa contemporaneidade inspirada no comum e riquíssimo património artístico, é notório em “Periplus”, o esforço de ligação entre o popular e o erudito, a tradição e a inovação, o antigo e o moderno, a grecofonia e a lusofonia, o longe e o perto.”



(20) Das Tascas e Tavernas: Os mangas da taverna (2:21)
(14) Dos Amores: A folha da rosa (3:10)
(15) Dos Amores: Da folhinha de uma rosa (3:06)
(21) Tão Longe, Tão Perto: Dolor, ai dolor (1:36)
(22) Tão Longe, Tão Perto: O teu olhar onde acaba? (grego) (2:44)
(23) Tão Longe, Tão Perto: O teu olhar onde acaba? (português) (3:32)

“Natural da pequena aldeia do Penedo Gordo, no concelho de Beja, Eduardo Ramos é cantor e tocador de oud e de outros instrumentos árabes, portugueses e africanos. Músico autodidata, começou a sua carreira a interpretar temas tradicionais portugueses e africanos e deu espetáculos em Angola, Espanha, Bélgica, Alemanha, Malta e Bulgária, para além de atuar em vários locais do País, nomeadamente em igrejas, museus e bibliotecas, no CCB e no Mosteiro dos Jerónimos e em feiras medievais e noutro tipo de eventos dedicados a noites árabes.
Atualmente Eduardo Ramos dedica-se ao estudo e à interpretação da música medieval ibérica do século XIII, da música árabe e dos judeus sefarditas do Ocidente e do Oriente, sendo um dos percursores da divulgação deste tipo de música em Portugal.
Da discografia de Eduardo Ramos e do Ensemble Moçárabe, que entretanto formou, destacam-se os álbuns “Andalusino”, “Al-Garhb Al-Andalus”, “Moçarabe”, “Cântico para Al Mutamid” e “Cantigas medievais galaico-portuguesas”, os três últimos dedicados à música medieval, sefardita e árabe. O sabor do Alentejo, da África berbere, de Angola e dos países mediterrânicos, patente em grande parte dos temas, transmite-nos uma envolvência que, tal como escreveu o antropólogo de Évora, Luís Filipe Maçarico, em artigo publicado no semanário «Alentejo Popular», «nos transporta até ao requinte e exotismo dos palácios, onde os madrigais trovadorescos derramavam sabedoria e suavidade» ”.
(04) Una Tarde de verano (7:33) “Moçarabe”
(04) Sedia la fremosa (6:12) “Cantigas medievais galaico-portuguesas”
(02) Mia hermana fremosa (5:23) “Cantigas medievais galaico-portuguesas”
(03) Strela do dia (3:12) “Cantigas medievais galaico-portuguesas”

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