Encantos da
Alma (29/04/2012)
“Mamadou Diabate, especialista na
kora (uma espécie de harpa com 21 cordas), nasceu em Kita, uma cidade do Mali,
conhecida como o centro das artes e da cultura do povo Mandinka, do Oeste
africano. Como o nome Diabate indica, Mamadou vem de uma família de griots ou jalis, os trovadores transmissores da cultura Mandinka, ao longo
dos tempos, desde o século XIII, quando Sunjata Keita formou o Império do Mali.
As histórias dos gloriosos tempos do Império permanecem importantes para toda
uma região que engloba não só o Mali, mas também a Guiné, a Gâmbia e o Senegal.
Atualmente a
residir nos Estados Unidos, Mamadou Diabate tem-se empenhado em dar a conhecer
a kora a novos públicos, tocando inclusivamente com intérpretes de jazz e com
outros músicos contemporâneos. Ainda assim, Mamadou Diabate mantém-se enraizado
nas tradições da kora Mandinga e na sua herança griot, permanecendo como
um dos poucos tocadores da kora que mantém viva a tradição ancestral.
Da discografia de Mamadou Diabate
constam cinco álbuns: “Tunga” (Alula, 2000), que significa aventura,
funde a música tradicional do Mali com uma série de elementos inovadores, como
o blues americano, a música Bambara e
o fast, o estilo Mandinka de tocar
kora; “Behmanka” (World Village, 2005), um álbum com solos de kora,
nomeado em 2005 para os Grammy Awards 2005, na categoria de World Music; “Heritage”
(World Village 2006), em que a vibrante kora de Mamadou interage com outros
instrumentos interpretados pelo grupo Manding; “Douga Mansa” (World Village
2008), vencedor do Grammy Award na categoria Best Traditional World Music
Album; e “Courage” (World Village 2011), um álbum gravado no Mali em que
Mamadou se faz acompanhar por um baixista americano e por músicos malianos que
o acompanham com ngoni, balafon, calabash e djembe.”
(04) Diyabarana (4:51) “Douga Mansa”
(05) Taabara (6:56) “Douga Mansa”
(08) Laban Djoro (5:49) “Courage”
2ª Hora: Duo Trobairitz
(Inglaterra)
“O Duo Trobairitz é
constituído pelas inglesas Faye Newton (soprano) e Hazel Brooks (vielle), que
se conheceram na Guildhall School of Music and Drama, em Londres, onde
começaram a partilhar a paixão pela música e poesia medievais. Trabalharam
juntas no ensemble Concanentes e em 2000 formaram o Duo Trobairitz, editando,
até à data, apenas o registo “The Language of Love” (Hyperion, 2007), para explorar o repertório cortês dos
Trovadores.
A dor do amor não correspondido, os prazeres da Primavera e o
serviço cavalheiresco de um vassalo a uma dama são alguns dos temas das canções
do disco “The Language of Love”, que nos faz entrar em contacto com diferentes
aspetos do amor, tal como era abordado pela música e pela poesia dos trovadores
medievais.
Tendo surgido no séc. XII no sul de França, nas cortes da
Aquitânia, Poitou e Auvergne, os trovadores eram poetas hábeis, músicos e
cantores de formação nobre e bem-educados que compunham poemas em língua d’Oc,
também chamada occitana ou provençal. Produziam “canções do amor cortês”, que
celebravam uma forma ideal de amor ou de paixão sexual. O conceito de amor
cortês evoluiu depois para um código de conduta sofisticada e aristocrática, em
que as mulheres eram apresentadas como objetos de adoração que se sobrepunham
aos seus amantes. As regras tradicionais inverteram-se: a dama tornava-se no
mestre e o senhor no humilde servidor. Na poesia dos trovadores o termo midons (“meu senhor”) era frequentemente
usado para descrever a bem amada dama sempre desejosa de dominar o seu amante.”
(04) Estampie Royal No. 3 (3:08)
(10) Bele Doette (9:04)
(12) Reis Glorios (7:32)
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