Encantos da
Alma (03/06/2012)
1.ª hora: Hadja Kouyaté
(Guiné-Conakri)
“Hadja Kouyaté nasceu no sul da Guiné-Conakry,
onde começou a carreira de cantora, seguindo os passos da mãe, a conhecida
Diéfadima Kanté. O seu trabalho insere-se na tradição dos griots, os trovadores da costa ocidental africana e transmissores
dos saberes e das crenças, que passam de geração em geração, unindo o passado
ao presente e sustentando uma unidade de representação espiritual e divina.
Hadja Kouyaté começou a sua atividade
artística aos cinco anos e passou muito tempo a viajar de localidade em
localidade para fazer cerimónias de batismos, casamentos e circuncisões, entre
outras. Hoje, Hadja Kouyaté é conhecida como uma das raras e mais representativas
griots que defendem a ideia de uma
cultura tradicional forte e rural em sintonia com o mundo atual.
A música de Hadja Kouyaté mistura rituais
sagrados e uma atmosfera pagã e rapidamente adquiriu notoriedade tanto no seu
país de origem como no cenário internacional. Conhecida como o “Anjo vocal da
Guiné-Conakry”, Hadja Kouyaté começou por participar como corista em álbuns dos
consagrados Sekouba Bambino, Kandia Kouyate, Salif Keita e do marido Amadou
Sodia, entre outros, e atuou ao lado de Frédéric Galliano no emblemático
“African Divas”. Em pouco tempo, transformou-se numa referência da música da
costa oeste de África e numa autêntica “besta do palco”, tal a sensualidade e
energia com que se entrega nos concertos ao vivo. Até à data, editou, em nome
próprio, os registos “Manding-Ko” (2001, Frikyiwa), acompanhada pelo
senegalês Ali Boulo Santo, “Tomassere” (2003, Syllart), “Yilimalo”
(2004, Frikyiwa), com o grupo Les Guinéens, “Senfou” (2006, RSD Records)
e “Tourou Tourou” (2011, Walla Prod Ideal Songs Groovin Musik).”
(01) Djigui (5:05) (instrumental) “Manding-Ko”
(02) Agné Tolona (5:34) “Manding-Ko”
(09) Diarabi (chérie) (5:04) “Yilimalo”
(02) Tourou Tourou (3:00) “Tourou Tourou”
(04) Sitan Diarra (5:05) “Tomassere”
“Os judeus que viveram na Península Ibérica e que foram expulsos
de Espanha em 1492 e de Portugal em 1497 constituíram uma população
heterogénea, porque proveniente de vários centros do judaísmo peninsular, cada
um possuidor do seu próprio estilo poético e da sua tradição específica.
Enquanto as cantigas de Santa Maria e coleções análogas forneciam informações
sobre a tradição musical da Península, apenas se supõe que a música profana
hispano-judaica se assemelhava à dos muçulmanos e cristãos hispânicos. Não
existem dados precisos que nos permitam tirar conclusões sobre as tradições
musicais subjacentes ao romanceiro judaico-espanhol.
Ao longo dos cinco séculos de exílio, a cultura judaico-espanhola
expôs-se a numerosas influências das terras que atravessaram e das que
escolheram para local de acolhimento. A música judaico-espanhola apresenta-se,
assim, como um mosaico onde o sacro coexiste com o profano, os temas judaicos
com os temas comuns a toda a humanidade, o oriente com o ocidente, o antigo com
o novo. Verdadeiro património, o cancioneiro profano judeo-espanhol foi
transmitido de geração em geração sobretudo pelas mulheres no espaço da vida
quotidiana e o sacro pelos homens nas sinagogas.
É sobretudo sobre o repertório judaico-espanhol que o registo “Yedid Nefesh - Amant de mon âme” (2004
Alpha) do Ensemble Harel se debruça.
Formado por Meirav Ben David-Harel (voz, percussão e chifonie), Yaïr Harel (voz
e percussão), Nima Ben David (viola da gamba) e Michèle Claude (percussões), músicos
originários de Israel e da França, cujos avós (provenientes do
Iraque, Kurdistão, Jugoslávia, Tunísia, Rússia, Hungria, Espanha e Israel)
revelam bem a heterogeneidade das suas origens, o Ensemble Harel interpreta “Yedid Nefesh” um repertório bastante exaustivo, com cantos religiosos e profanos
da tradição sefardita, em ladino, árabe e hebraico.”
(01) Yedidi Hashakhakhta (7:11)
(10) Shaar, petakh dodi (4:01)
(12) Shalom leven-dodi (5:28)
(03) Ya viene el cativo (3:17)
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