Encantos da
Alma (02/12/2012)
1.ª hora: Theodora Baka (Grécia)
“Uma das formas mais expressivas da
música tradicional grega é a “dimotiki” ou “laika”, preferida pelo compositor
Mikis Theodorakis na elaboração de obras de denúncia e de luta contra o regime
ditatorial grego. Mas, de certo modo em oposição à “dimotiki” ou “laika”,
surgiu, em finais do século XIX, nas zonas pobres de Atenas, a “rembetika”, uma
espécie de fado ou blues característico dos marginais, desempregados e drogados
(com haxixe). A música tradicional grega das ilhas difere de zona para zona.
Assim, a música das Ilhas Jónicas, a ocidente do Epiro, é bastante diferente,
por exemplo, da de Creta. Do mesmo modo, a música instrumental de Rhodes é
claramente diferente das relativamente próximas Ilhas Sporades.
Entre os
instrumentos característicos pode encontrar-se um tipo pequeno e antigo de
gaita-de-foles, designada tamboura, assim como o violino (chamado lyra), que é
o instrumento típico de Creta. Na Grécia continental, o instrumento
predominante é atualmente, o clarinete, designado de Klarino, que substitui
quase por completo a gaita-de-foles (gaida) e um oboé místico designado
karamouza ou pipiza.
Theodora Baka, natural de Larissa (Grécia), desde criança que se foi familiarizando
com as canções tradicionais da sua terra natal. Em 2007, no auge das suas
capacidades vocais, editou para a etiqueta alemã Raumklang, o extraordinário
registo “Myrtate: Traditional Songs from Greece”. Fazendo-se acompanhar
por uma formação pouco usual, constituída pelo oud (Thymios Atzakas), lyra
(Pantelis Pavlidis) e zarb (Bijan Chemirani), Theodora Baka celebra, sobretudo,
as lendas e os mitos ancestrais helénicos, mas debruça-se, também, sobre outras
canções tradicionais gregas, como lamentos pela perda da liberdade por uma
jovem noiva ou singelas canções de amor.”
(11) Sto pa kai sto xanaleo (4:03)
(01) San to feggari tis
anixis (6:09)
(02) Lemonia (The Lemon
Tree) (5:53)
(10) Triantafilia (3:29)
2ª Hora: Obsidienne (França)
“Constituído
por dezasseis elementos e dirigido por Emmanuel Bonnardot, desde 1993,
o Obsidienne, da Borgonha (França), é um dos mais inventivos e convincentes ensembles vocais e instrumentais que se movem no domínio das músicas antigas.
Ao longo dos anos, o grupo tem-se empenhado na recolha de repertórios inéditos
ou pouco conhecidos da Idade Média e do Renascimento. Por outro lado, tem
desenvolvido um trabalho notável sobre a recuperação do Instrumentarium medieval, a partir das iconografias dos grandes
mestres da Idade Média.
Abarcando
os domínios da poesia, do teatro, da dança e da música, por vezes também da
produção contemporânea ou da música tradicional, o ensemble Obsidienne tem uma
vasta discografia na Calliope e na OPUS 111, ainda que os seus últimos dois
registos tenham sido editados pela Eloquentia
e pela Phaia Music. Ao longo dos
tempos, foi granjeando uma considerável reputação nos meios da música antiga e
obteve o reconhecimento do público e da crítica especializada francesa e
internacional (Grand Prix du Disque, Diapason d’Or, Choc do Monde de la
Musique, 10 da Répertoire, 5 estrelas da Goldberg, Recommandé pela Classica,
Bravo da Tradmagazine…).
Os Obsidienne atingiram o auge da sua criatividade
com o extraordinário registo “Miracle! Cantigas de Santa Maria d’Alfonso el Sábio” (2007 Calliope). Após as excelentes abordagens que Clemencic
Consort, Sequentia, Grupo Sema, Jordi Savall, Alla Francesca, Esther Lamandier,
Joel Cohen, Antequera, Ensemble Gilles Binchois e Eduardo Paniagua, entre
outros, fizeram a este monumento medieval, os Obsidienne surpreenderam tudo e
todos com a sua belíssima versão do cancioneiro com mais variedade de temas
acerca da Virgem Maria em toda a Europa.”
(03) Como somos per conssello (6:32)
(12)
Non sofre Santa Maria (4:36)
(10) Muito demostra a Virgen (4:50)
(04)
De Santa Maria sinal (3:31)
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