Encantos da Alma (23/12/2012)
1ª
hora: Gigi (Etiópia)
“No atual panorama musical, a antiga Abissínia
(hoje, Etiópia) é pouco conhecida. A esperança de a divulgar pelo mundo recai
agora sobre uma nova geração de músicos e cantores. Em 2001, a jovem Ejigayehu “Gigi” Shibabaw editou um álbum simplesmente intitulado “Gigi”, destinado a
promover a língua Amharic e a cultura etíope, tendo-se tornado num best seller.
A modulação hipnótica da voz de Gigi entusiasmou
críticos e audiências, tendo, por exemplo, o New York Times descrito a voz da cantora etíope como semelhante a
um perfume de uma planta exótica que nos invade a alma.
Com o intuito de misturar a música tradicional da
sua Etiópia natal com elementos emergentes das culturas da África Oriental e
Ocidental, em 2003 Gigi uniu esforços a Bill Laswell e formou o projeto Abyssinia
Infinite. Surgiu, então, exclusivamente para a Network, o registo
“Zion Roots”, álbum do ano para a prestigiada Folk Roots. À suprema
sensualidade da sua voz soprano, misturam-se, nesse álbum, instrumentos como o washint (flauta) e kirar (harpa) e juntam-se instrumentistas exímios como o
percussionista senegalês Aiyb Dieng, o acordeonista Tony Cedras, o saxofonista
Moges Habte e o tablista Karsh Kale. Depois dessa obra-prima da música
africana, Gigi editou, ainda, “Gold & Wax” (2006) e o disco ao vivo “Mesgana Ethiopia” (2010), em parceria com os Material”.
(04) Monew Natana (5:12) “Zion
Roots”
(01) Bati Bati (3:45) “Zion
Roots”
(10) Ethiopia (6:15) “Zion
Roots”
(13) Adwa (5:02) “Gigi”
2ª
hora: Parissa & Ensemble Dastan (Irão)
“Parissa
nasceu no Irão em 1950 sobre o nome de Fatemeh Vaezi, alguns dias antes da
Nowruz, a festa tradicional do ano novo. Durante a sua escolaridade, Parissa
interessou-se sobretudo pela literatura persa até entrar para o conservatório
para estudar a arte do canto e o “radif” com o grande mestre Mahmoud Karimi. O
radif designa o repertório da música clássica persa organizada em doze
“dastgah”, sistemas modais que compreendem múltiplas sequências melódicas, os
denominados “goushehs”. A aquisição desta arte não se limita à interpretação
perfeita das melodias clássicas, mas exige toda uma vida de estudo, bem como a
procura permanente de uma interpretação pessoal e do seu aperfeiçoamento.
Em 1970, Parissa foi convidada para o Ensemble da
Rádio e Televisão iraniana e, três anos mais tarde, encetou a primeira tournée
mundial, onde deu a conhecer a música persa. Em meados dos anos 70, Parissa
lecionou no Centro de Preservação e Propagação da Música iraniana e, após
quinze anos de silêncio, regressou em 1995 para uma série de concertos na
Europa.
Em 2003, Parissa editou para a Network o duplo
“Shoorideh”, baseado em textos do apogeu da poesia persa (Rumi, Sa’di e Attar –
séc. XIII; Hafez – séc. XIV). Em 2006 Parissa, ainda acompanhada pelo Ensemble Dastan, regressou com “Gol-E Behesht”, de novo em formato duplo, debruçando-se,
uma vez mais, sobre a poesia de Sa’di e Rumi, mas também de Nizami (séc. XII),
Araghi (séc. XIII) e Niaz-E Djoshghani (séc. XIII)”.
(04) I Tasnif-E AB-E Zolal (6:38) “Gol-E Behesht”
(04) II Tasnif-E Chashm-E To
(5:39) “Shoorideh”
(05) II Tasnif-E Sehrafarin (7:58)
“Shoorideh”
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