domingo, 27 de maio de 2012

62. Transkapela (Polónia) / The Waverly Consort (EUA)


Encantos da Alma (27/05/2012)
 1.ª hora: Transkapela (Polónia)
Transkapela é um projeto artístico de quatro músicos da Polónia que atuam em diversas áreas da música tradicional e que tentam encontrar o seu novo significado e contexto contemporâneo. A pesquisa musical do grupo gira em torno da música tradicional de várias regiões culturais, nomeadamente Malopolska, Galiza, Bukovina, Hucul, Maramures e Transylvania, entre outras, onde vão buscar as raízes, elementos comuns e os valores intemporais. As fontes musicais são uma inspiração para as próprias interpretações e composições dos Transkapela, tanto mais que constroem a sua música não na base de imitações, mas agindo sobre os padrões tradicionais, de uma forma criativa.
A música dos Klezmorim (plural de klezmer - cujo nome deriva dos dois termos bíblicos hebraicos “klej”, instrumento ou recipiente, e “zemer”, cantar ou tocar música), desde sempre fez parte do principal repertório dos Transkapela. Esta música, existente nas tradições das pequenas cidades e das aldeias dos Cárpatos, nos casamentos Hucul, nas estalagens de Bukovina, nos lares judeus e até nos salões aristocráticos encantou o grupo com a sua simplicidade, mas também com a sua forma magistral, permitindo-lhes construir autênticos mosaicos de estilos e motivos das culturas centro-europeias.
Os Transkapela, até à data, editaram os registos Sounds & Shadows, (considerado o melhor álbum de folk polaco de 2005), Over the Village (Ferment, 2006), Transkapela (editado pela Arc, em 2007), Karpatsky Album (registado ao vivo no festival “Sheshory 2007”, na Ucrânia) e Radosti i smutky: Delights and sorrows(registado ao vivo no festival "Folk Holidays 2009” (IHT 2010).”
(03) Usypianki/Lullabies: Šlof, Že Šlof... / Rumuńska (3:50) “Over the Village”
(17) Zsidós Od Manio / Zsidós From Manio (2:12) “Over the Village”
(16) Trans-Nuta / Trans-Note (5:36) “Over the Village”
(08) Hora mare din Bucovina (4:08) “Sounds & Shadows”
(07) Tango (2:20) “Sounds & Shadows”

2ª Hora: The Waverly Consort (EUA)
The Waverly Consort é um ensemble de instrumentistas e cantores dos EUA, que se dedicam à interpretação de música antiga, tendo sido um dos pioneiros a fazê-lo no outro lado do Atlântico. O seu repertório incide, sobretudo, sobre as obras da Idade Média, abarcando um período que vai desde o século X até ao Renascimento. No entanto, o grupo incide também a sua atuação noutros períodos, como é o caso do registo de 1996 “An American Journey”, que inclui músicas do século XIX.
The Waverly Consort foi fundado em 1964 por Michael e Kay Jaffee. Michael dirige o ensemble, desde a sua fundação, e toca exemplarmente vários instrumentos, entre os quais a guitarra, a cítola e o alaúde. Kay é também uma talentosa instrumentista, exímia na harpa, flauta e gaita-de-foles. Constituído regularmente por treze elementos, o ensemble apresenta, no entanto, uma constituição variável, consoante os concertos e as gravações, indo de apenas dois ou três até quinze ou mais. Ao longo dos anos, o grupo tem tido a contribuição de muitos intérpretes de renome, nomeadamente a soprano Kathy Theil, que é particularmente conhecida pelas suas interpretações da música de Hildegard von Bingen.
O ensemble foi construindo paulatinamente a sua reputação, ao longo dos anos, mas, por volta de 1980, quando estreou o seu programa anual sobre a História de Natal, no Metropolitan Museum of Art, passou a ser reconhecido como um dos grupos mais importantes no domínio da música antiga. No início dos anos 90, The Waverly Consort atingiu o estatuto de best-seller por duas ocasiões: primeiro com o registo de 1991 “A Renaissance Christmas Celebration” (Sony) e em 1992 com “Music from the Age of Discovery” (EMI). Em 1999, Michael e Kay Jaffee fundaram a sua própria editora, a Wave Records, onde publicaram algumas das suas mais relevantes gravações, como “The Story of Christmas” e “Iberia” (2002).”
(15) Instrumental Interlude (6:43) “Las Cantigas de Santa Maria” 
(04) II. Los set gotxs (5:47) “Spanish Music of Travel and Discovery”
(15) II. Las hermanas reyna y cautiva (2:39) “Spanish Music of Travel and Discovery”
(02) Stella splendens in monte (5:40) “Traveler”

domingo, 20 de maio de 2012

61. Sezen Aksu (Turquia) / Millenarium (Bélgica)


Encantos da Alma (20/05/2012)
 1.ª hora: Sezen Aksu (Turquia)
Sezen Aksu é uma cantora, produtora e compositora turca que já escreveu mais de 300 canções, lançou 25 álbuns de longa duração e vendeu mais de 40 milhões de álbuns em todo o mundo. Originária de Denizli, cedo se mudou para Izmir onde passou a dedicar-se à pintura, à dança e, desde 1975, também à música. Tornou-se conhecida na Turquia como “A cantora do amor”, a "Rainha da pop" ou o “Pequeno pardal".
Ainda jovem, Sezen Aksu decidiu estudar agronomia. Mais tarde, envolveu-se em questões relacionadas com os direitos humanos, movimentos feministas, questões ambientais e a reforma educacional da Turquia, mas foi na música que mais concentrou os seus esforços. Familiarizou-se com os sons turcos, gregos e dos Balcãs, adquiriu prestígio e reconhecimento no Médio Oriente e tornou-se na principal embaixadora de uma história de dez mil anos da região da Anatólia.
No ocidente, Sezen Aksu tornou-se conhecida graças à reinterpretação das canções de Goran Bregovic, em “The Wedding and the Funeral”, em que o músico e compositor jugoslavo se desembaraçou de toda a instrumentação eletrónica das suas bandas sonoras para dirigir uma orquestra totalmente acústica. O resultado manifestar-se-ia relevante, uma vez que as novas versões se revelaram, na sua maior parte, melhores que as originais, naturalmente que graças também à voz extraordinária de Sezen Aksu.”
(02) Allah’ın Varsa (5:05) “Düğün ve Cenaze” (1997)
(11) Büküm Büküm (4:36) “Yürüyorum Düş Bahçeleri’nde” (2009)
(07) Acıtmışım Canını Sevdikçe (5:32) “Öptüm” (2011)
(02) Tutuklu (4:19) “Adı Bende Saklı” (1998)

2ª Hora: Millenarium (Bélgica)
Millenarium, um grupo belga dirigido por Christophe Deslignes e um dos projetos mais importantes da etiqueta Ricercar, move-se nas áreas da música antiga religiosa, cortesã e popular do baixo Mediterrâneo.
Do repertório dos Millenarium constam homenagens aos trovadores medievais que celebram as mulheres e a alegria e o divertimento do amor cortês; abordagens aos manuscritos do século XIV Carmina Burana e Llibre Vermell; reconstruções de uma Missa dos Doidos, tal como teria sido interpretada nas grandes catedrais francesas, no século XIII, entre o Natal e o Ano Novo; e descrições da música instrumental medieval, composta antes da emergência da polifonia.
Contando com as colaborações contrastantes do Choeur de Chambre de Namur (peregrinos), dos Psallentes (monges) e de Les Pastoureaux (coristas de uma abadia), os Millenarium editaram, até à data, os seguintes registos: “Chansons de Troubadours et Danses de Jongleurs” (2001), “Douce Amie – Chansons deTrouvères” (2002), “Carmina Burana: Tempus Transit” (2004), “Carmina Burana: Officium Lusorum” (2006), Llibre Vermell” (2007) e “Danza Danses médiévales” (2008).” 
(08) La nova estampida real (4:41) “Chansons de Troubadours…” 
(14) Caterine collaudamus (3:45) “Carmina Burana: TempusTransit”
(09) Estampida Arnautz (4:03) “Douce Amie – Chansons de Trouvères”
(02) A que as cousas coitadas (3:02) “Danza Danses médiévales”
(01) Estampida de Rocamadour (7:45) “Carmina Burana: OfficiumLusorum”

domingo, 13 de maio de 2012

60. Emel Mathlouthi (Tunísia) / Ensemble Jehan de Channey (França)

Encantos da Alma (13/05/2012)
1.ª hora: Emel Mathlouthi (Tunísia)
Emel Mathlouthi é uma autora, compositora, guitarrista e cantora nascida em 1982 na Tunísia, que vem trazer um incrível novo estilo de som à música do seu país. Dotada de uma voz marcante, Emel evoca Joan Baez ou as divas libanesas Soeur Marie Keyrouz e Fairouz, com o seu estilo cativante e lírico, deambulando entre um rock poderoso, o trip hop e as sonoridades orientais e do Magrebe.
Emel Mathlouthi começou a sua carreira artística aos 8 anos de idade no palco de um pequeno anfiteatro, nos subúrbios de Tunes, onde viveu até aos 25 anos. Mudou-se, então, para França para prosseguir a sua carreira como cantora e para demonstrar que a Tunísia não é apenas um destino de turismo exótico, mas o local de uma cultura riquíssima e de encontro de saberes planetários de todos os tempos e lugares.
Este ano (2012), Emel Mathlouthi editou “Kelmti Horra”, o seu primeiro registo, cujos textos, em árabe e em inglês, indiciam o surgimento de uma nova cantora de intervenção. A sua paleta de emoções oscila entre o desafio e a melancolia, a contemplação e a euforia, evocando o amor pela pátria e pela liberdade, a atitude e a alegria de viver. Exemplo perfeito e paradigmático é a canção que dá nome ao álbum e que significa “O meu lema é ser livre”, tendo-se tornado num hino à liberdade ao ser adotada pelos revolucionários da “Primavera Árabe” e cantada nas ruas de Tunes.”
(07) Kelmti Horra (6:29)
(09) Hinama (5:29)
(03) Dhalem (3:56)
(02) Ma Lkit (3:57)

2ª Hora: Ensemble Jehan de Channey (França)
“O Ensemble Jehan de Channey, sediado em Avignon (França), dedica-se desde 1982 à interpretação dos repertórios da Idade Média e da Renascença. Quatro anos após a sua fundação, o grupo abriu um ateliê para transmitir o gosto e a ciência da música antiga; em 1987, constituiu um grupo de dançarinos para criar nos seus espetáculos a ambiência medieval ou renascentista. Com várias edições pela De Plein Vent, o Ensemble Jehan de Channey foi, posteriormente, recuperado pelas edições Frémeaux & Associés.
O registo “Moyen-Âge: Chants & Musiques – XIII”, a obra mais significativa do Ensemble Jehan de Channey, reúne dois CDs representativos do interesse da banda pela Idade Média: o primeiro intitula-se “Trouvères et Troubadours du XIII siècle” e o segundo “Cantigas de Santa Maria / Carmina Burana”.
A poesia cantada e declamada em língua d’Oc ou Occitana pelos troubadours do sul do Loire, de Limousin à Aquitânia e de Auvergne à Provença, ocupando todo o centro da França, bem como a poesia cantada na língua d’Oil pelos trouvères do Norte são o alvo do primeiro CD de “Moyen-Âge: Chants & Musiques – XIII”. No segundo CD, o grupo debruça-se sobre As Cantigas de Santa Maria, dedicadas à Virgem, que foram compostas por volta de 1250-80, sob a direção do então rei de Castela, Afonso X, el sábio (1221-1284), bem como sobre a Carmina Burana, uma coletânea de canções datada de cerca de 1300, que continha poesia trovadoresca, sobretudo em latim, editada em 1847 pelo linguista Johan Andreas Schmeller.”
CD 2 (08) Santa Maria Amar (3:38)
CD 1 (10) Lamento di Tristano, Rotta (4:14) 
CD 2 (17) Virent prata hiemata (0:52)   
CD 1 (02) Quinte Estampie Reale (2:13)
CD 2 (11) Santa Maria Stelle do Dia (3:13)
CD 2 (20) Ecce Torpet Probitas (2:06)
CD 2 (03) Cantiga 2 (2:29)

domingo, 6 de maio de 2012

59. Elena Ledda (Sardenha) / Azam Ali (Irão)

Encantos da Alma (06/05/2012)
 1.ª hora: Elena Ledda (Sardenha)
“Pela Sardenha passaram as civilizações e culturas fenícia, cartaginesa, romana, bizantina e árabe, entre outras, e mais tarde fez-se aí sentir a influência espanhola e de regiões como a Saboia ou o Piemonte. Nessa terra rica em músicos extraordinários, capazes de promover o património cultural da ilha com coerência sem, contudo, deixarem de o alimentar com os sons da contemporaneidade, nasceu Elena Ledda, uma das mais importantes representantes da música das regiões mediterrânicas.
Na voz de Elena Ledda há revolta, lirismo e dramatismo. Versátil e expressiva, mas também potente e agressiva, ergue-se com sabedoria e sensibilidade, proporcionando emoções intensas aos ouvintes. Uma voz xamânica e lunar que canta temas de amor, dramas de vida ou canções de embalar cheias de ternura e que fazem sonhar.
Da vasta discografia de Elena Ledda fazem parte álbuns como Sonos (Biber, 1988), Incanti (Silex, 1993), Maremannu (Biber, 2000), Amargura (Maroccomusic, 2005), Tutti baci (Lyra, 2006), Rosa Resolza (S’Ard Egea, 2007), Cantendi a Deus (S’Ard Egea, 2009), ou Undas(L'unione Sarda, 2010). São verdadeiras preciosidades sobre texturas cristalinas de guitarras e percussões e sobre minimalismos discretos que recuperam a linhagem nobre dos instrumentos de sopro da Sardenha. São álbuns onde sons antigos e contemporâneos se manifestam numa odisseia contra a dominação estética alheia, em que a assimilação das diversas músicas do Mediterrâneo chega a funcionar como uma estratégia de sobrevivência.”



(12) Pregadoria (5:13) "Maremannu"
(07) Anninnia (5:39) “Sonos”
(06) Sa Pregadoria (5:28) “Cantendi a Deus”
(02) Gioghende… (4:11) “Incanti”

2ª Hora: Azam Ali (Irão)
“Nascida em Teerão (Irão), em 1970, Azam Ali passou a maior parte da sua infância em Panchgani, na Índia. Após a Revolução Islâmica em 1979, mudou-se com a mãe para Los Angeles, Califórnia, em 1985. Aí, Azam Ali estudou a técnica do santour, com o mestre persa Manoocher Sadeghi, que a levou à descoberta do seu potencial vocal e musical. Atualmente, vive em Montreal, no Canadá.
Em 1996, Azam Ali formou o grupo VAS, com o percussionista Greg Ellis, que editou quatro álbuns, até à data. Juntamente com o marido, Loga Torkian, enquadrou também o ensemble iraniano de música eletrónica acústica Niyaz, com quem lançou cinco registos discográficos. A solo, para além de dois EPs, Azam Ali editou Portals of Grace (2002), dedicado à música antiga; Elysium for the Brave (2006), que enquadrou o top da Billboard; e From Night to the Edge of Day (2011), uma coleção de canções de embalar inspiradas pelo filho.
Azam Ali soube rodear-se de extraordinários músicos e dedicou-se a celebrar a beleza, o amor, a dissonância perfeita e os ritmos apaixonantes. Enraizada nas tradições musicais étnicas e medievais europeias, a música de Azam atrai irresistivelmente. Ouvir Azam Ali é como passar por uma nova experiência de fábulas místicas medievais, de misteriosas e profundas vozes étnicas, de ritmos provenientes de recônditos paraísos e de ondas expansivas de sons que enlevam os sentidos.
(11) El Rey de Francia (4:31) Portals of Grace”
(01) Lasse pour quoi (6:20) Portals of Grace”
(09) A Chantar m’er (6:31) Portals of Grace” 
(02) La Serena (4:32) Portals of Grace”