domingo, 30 de outubro de 2011

33. Aldona Nowowiejska (Polónia) / Stellamara (EUA/…)


Encantos da Alma (30/10/2011)
 Destaques:
1.ª Hora: Aldona Nowowiejska (Polónia)
Aldona Nowowiejska é uma atriz, instrumentista e cantora de origem polaca que se radicou em França, para integrar a Academia de Teatro de Paris. O seu repertório integra poesia da própria Aldona, reinvenções de autores eslavos e canções tradicionais de diversas origens, cantadas em polaco, francês, russo ou grego. A sua música é uma combinação de sonoridades com raízes no leste europeu com a chanson francesa e a folk, uma espécie de “extravaganza eslava”, como terá considerado um crítico francês.
Guitarras, mandolim, banjo, acordeão, tuba e percussões orientais acentuam cada variação da voz de Aldona, ora aveludada e subtil, ora exaltada e selvagem. Entre a doçura e a violência, entre a tristeza e a felicidade, Aldona alterna entre diferentes entoações, estilos e ambientes e provoca o ouvinte com a sua aura poética e os seus exercícios vocais e instrumentais.
Para além da música original do filme  Le bûcheron des mots, de Izu Troin (2008), Aldona editou, até à data, quatro registos: "Le chant de l'âme slave" (1999), "Les vibrations slaves" (2002), “Percevoir” (2005) e "Sonnet" (2011). Este último, editado pela alemã Jaro em setembro, é como uma avalanche de imagens que nos transportam para leste, em busca dos encantos da alma eslava.”
(--) Wiej Wietrze (6:27)
(04) Blow, the Wind (3:14)
(01) Blue birds of Blanka (4:05)
(03) Sonnet (5:37)
(02) White silence (3:30)

2.ª Hora: Stellamara (EUA/…)
Os Stellamara começaram quando a vocalista e produtora Sonja Drakulich criou um fascinante veículo para o desenvolvimento da música devocional com base no Próximo Oriente e nas tradições medievais. De ascendência Sérvia e Húngara e radicada em Los Angeles, Sonja soube rodear-se de extraordinários músicos de diversas origens culturais e dedicou-se a celebrar a beleza, o amor, a dissonância perfeita e os ritmos apaixonantes. Enraizada nas tradições musicais turcas, árabes, balcânicas, persas e medievais europeias, a música dos Stellamara transmite uma profunda devoção às sonoridades dessas culturas e atrai irresistivelmente. Ouvir os Stellamara é como passar por uma nova experiência de fábulas místicas medievais, de misteriosas e profundas vozes étnicas, de ritmos provenientes de recônditos paraísos e de ondas expansivas de sons que enlevam os sentidos.
Sonja Drakulich e o multi-instrumentista Gari Hegedus, o núcleo dos Stellamara, acompanhados pelo co-letrista e violoncelista Rufus Cappodocia, bem como por diversos músicos ocasionais, foram criando, desde finais da década de 90 do século passado, várias pontes que foram transportando os ouvintes para o reino do sublime. Primeiro Star of the Sea (1998 Intuition), uma pérola que abarcava líricas da Galiza do século XIII, a arte do canto persa (Avaz), um romance judaico-espanhol do século XV e um tema tradicional croata, entre outros. Depois a obra-prima The Seven Valleys (2004 Lucidity), que incluía temas tradicionais húngaros e búlgaros, poemas medievais da Pérsia e da Britânia e líricas portuguesas. Finalmente, a maravilha The Golden Thread (2009 Lucidity), com temas tradicionais turcos, húngaros, búlgaros e croatas, que conta com a participação dos exímios instrumentistas gregos Ross Daly e Kelly Thoma. São, assim, os encantos da alma”.
(06) Prituri se Planinata (4:19) “The Golden Thread”
(12) Strumica (5:18) “The Seven Valleys”
(03) Zephyrus (4:34) “Star of the Sea”
(02) Seven Valleys (6:22) “The Seven Valleys”

domingo, 23 de outubro de 2011

32. Tamikrest - “Toumastin” (Mali/…) / Capella de Ministrers (Espanha)

Encantos da Alma (23/10/2011)
Destaques :
1.ª Hora : Tamikrest - Toumastin(Níger/ Mali/ Argélia)
“Tal como os Tinariwen, aqui destacados na passada semana, os Tamikrest são um grupo touaregue, cujo nome significa "a junção ou a coligação", uma referência ao facto dos membros da banda serem originários de diferentes regiões, nomeadamente do Níger, do Mali e da Argélia. Os Tamikrest formaram-se em 2006 para expressar a identidade do povo nómada que habita o deserto do Sahara, nos países citados e na Líbia. Sob o lema "Um deserto nos rege, uma língua nos une e uma cultura nos aproxima", os Tamikrest exprimem-se orgulhosamente em Tamasheq, a língua dos touaregues, e cultivam o rock Ishumar, a música rebelde tuaregue.
Depois deAdagh”, o seu álbum de estreia, aqui destacado em Janeiro (2011), os Tamikrest gravaram este ano (2011) Toumastin, editado de novo pela Glitterhouse Records. Uma vez mais, os Tamikrest louvam o deserto, um lugar fundamental para os Tuaregues, e centram-se sobretudo na repressão de que os mesmos são vítimas nas actuais sociedades do Magrebe e na luta pela auto-determinação do povo nómada. As melodias intensas e hipnóticas do blues e do rock e os ecos do estilo de guitarra rítmica galopante característicos do primeiro álbum, voltam a fazer-se sentir e voltam a encantar.”
(11) Dihad Tedoun Itran (6:27)
(02)  Fassous Tarahnet (4:57)
(03)  Nak Amadjar Nidounia (4:07)
(04)  Aratan N Tinariwen (3:45)

2.ª Hora : Capella de Ministrers (Espanha)
“Sob a direcção de Carles Magraner, o ensemble Capella de Ministrers foi fundado em 1987, com o objectivo de recuperar o património musical espanhol, sobretudo o valenciano. Especializou-se na interpretação do repertório musical anterior ao século XIX e, em pouco tempo, consolidou-se como um dos grupos de referência nos domínios da música antiga vocal e instrumental.
Uma intensa actividade dedicada a espectáculos ao vivo, aliada a tarefas de recuperação e de investigação musicológica, impulsionadas por Magraner e patrocinadas pela Universidade de Valência, deixam perceber o duplo compromisso adquirido pela Capella de Ministrers: resgatar a música antiga como parte essencial e fundamental da memória colectiva e aproximá-la do nosso tempo, à luz do século XXI, em que a arte e a cultura se nos apresentam como autênticos pilares do pensamento contemporâneo.
Até à data, a Capella de Ministrers publicou mais de 30 gravações, sobretudo através da CDM (a gravadora do grupo desde 2002), algumas delas alvo de várias distinções. Para destacar hoje, escolhemos os discos Trobadors (2000), sobre o amor cortês na Idade Média; “Llibre Vermell de Montserrat(2001) dedicado a cantos e danças do século XIV; Música en Temps de Jaume I” (2008), para comemorar o aniversário do nascimento do rei fundador do reino dos valencianos no século XIII; eMoresca (2010), sobre romances e cantigas entre mouros e cristãos.” 
(01) III Ai del meu al-Andalus (7:46) “Música en Temps de Jaume I” 
(18) CSM 167: Como una moura… (2:10) “Moresca” 
(01) CSM 167: La moresca (2:43) “Moresca" 
(16) Tant es gay (2:52) “Trobadors” 
(08) Cuncti simus concanentes (6:15) “Llibre Vermell de Montserrat”