domingo, 3 de junho de 2012

63. Hadja Kouyaté (Guiné-Conakri) / Ensemble Harel (Israel/…)


Encantos da Alma (03/06/2012)
 1.ª hora: Hadja Kouyaté (Guiné-Conakri)
Hadja Kouyaté nasceu no sul da Guiné-Conakry, onde começou a carreira de cantora, seguindo os passos da mãe, a conhecida Diéfadima Kanté. O seu trabalho insere-se na tradição dos griots, os trovadores da costa ocidental africana e transmissores dos saberes e das crenças, que passam de geração em geração, unindo o passado ao presente e sustentando uma unidade de representação espiritual e divina.
Hadja Kouyaté começou a sua atividade artística aos cinco anos e passou muito tempo a viajar de localidade em localidade para fazer cerimónias de batismos, casamentos e circuncisões, entre outras. Hoje, Hadja Kouyaté é conhecida como uma das raras e mais representativas griots que defendem a ideia de uma cultura tradicional forte e rural em sintonia com o mundo atual.
A música de Hadja Kouyaté mistura rituais sagrados e uma atmosfera pagã e rapidamente adquiriu notoriedade tanto no seu país de origem como no cenário internacional. Conhecida como o “Anjo vocal da Guiné-Conakry”, Hadja Kouyaté começou por participar como corista em álbuns dos consagrados Sekouba Bambino, Kandia Kouyate, Salif Keita e do marido Amadou Sodia, entre outros, e atuou ao lado de Frédéric Galliano no emblemático “African Divas”. Em pouco tempo, transformou-se numa referência da música da costa oeste de África e numa autêntica “besta do palco”, tal a sensualidade e energia com que se entrega nos concertos ao vivo. Até à data, editou, em nome próprio, os registos Manding-Ko (2001, Frikyiwa), acompanhada pelo senegalês Ali Boulo Santo, Tomassere (2003, Syllart), Yilimalo (2004, Frikyiwa), com o grupo Les Guinéens, Senfou (2006, RSD Records) e Tourou Tourou(2011, Walla Prod Ideal Songs Groovin Musik).”
(01) Djigui (5:05) (instrumental) “Manding-Ko”
(02) Agné Tolona (5:34) “Manding-Ko”
(09) Diarabi (chérie) (5:04) “Yilimalo”
(02) Tourou Tourou (3:00) “Tourou Tourou”
(04) Sitan Diarra (5:05) “Tomassere”

2ª Hora: Ensemble Harel (Israel/…)
“Os judeus que viveram na Península Ibérica e que foram expulsos de Espanha em 1492 e de Portugal em 1497 constituíram uma população heterogénea, porque proveniente de vários centros do judaísmo peninsular, cada um possuidor do seu próprio estilo poético e da sua tradição específica. Enquanto as cantigas de Santa Maria e coleções análogas forneciam informações sobre a tradição musical da Península, apenas se supõe que a música profana hispano-judaica se assemelhava à dos muçulmanos e cristãos hispânicos. Não existem dados precisos que nos permitam tirar conclusões sobre as tradições musicais subjacentes ao romanceiro judaico-espanhol.
Ao longo dos cinco séculos de exílio, a cultura judaico-espanhola expôs-se a numerosas influências das terras que atravessaram e das que escolheram para local de acolhimento. A música judaico-espanhola apresenta-se, assim, como um mosaico onde o sacro coexiste com o profano, os temas judaicos com os temas comuns a toda a humanidade, o oriente com o ocidente, o antigo com o novo. Verdadeiro património, o cancioneiro profano judeo-espanhol foi transmitido de geração em geração sobretudo pelas mulheres no espaço da vida quotidiana e o sacro pelos homens nas sinagogas.
É sobretudo sobre o repertório judaico-espanhol que o registo Yedid Nefesh - Amant de mon âme” (2004 Alpha) do Ensemble Harel se debruça. Formado por Meirav Ben David-Harel (voz, percussão e chifonie), Yaïr Harel (voz e percussão), Nima Ben David (viola da gamba) e Michèle Claude (percussões), músicos originários de Israel e da França, cujos avós (provenientes do Iraque, Kurdistão, Jugoslávia, Tunísia, Rússia, Hungria, Espanha e Israel) revelam bem a heterogeneidade das suas origens, o Ensemble Harel interpreta “Yedid Nefeshum repertório bastante exaustivo, com cantos religiosos e profanos da tradição sefardita, em ladino, árabe e hebraico.”
(01) Yedidi Hashakhakhta (7:11)
(10) Shaar, petakh dodi (4:01)
(12) Shalom leven-dodi (5:28)
(03) Ya viene el cativo (3:17)

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