domingo, 2 de dezembro de 2012

74. Theodora Baka (Grécia) / Obsidienne (França)



Encantos da Alma (02/12/2012)
1.ª hora: Theodora Baka (Grécia)
“Uma das formas mais expressivas da música tradicional grega é a “dimotiki” ou “laika”, preferida pelo compositor Mikis Theodorakis na elaboração de obras de denúncia e de luta contra o regime ditatorial grego. Mas, de certo modo em oposição à “dimotiki” ou “laika”, surgiu, em finais do século XIX, nas zonas pobres de Atenas, a “rembetika”, uma espécie de fado ou blues característico dos marginais, desempregados e drogados (com haxixe). A música tradicional grega das ilhas difere de zona para zona. Assim, a música das Ilhas Jónicas, a ocidente do Epiro, é bastante diferente, por exemplo, da de Creta. Do mesmo modo, a música instrumental de Rhodes é claramente diferente das relativamente próximas Ilhas Sporades.
Entre os instrumentos característicos pode encontrar-se um tipo pequeno e antigo de gaita-de-foles, designada tamboura, assim como o violino (chamado lyra), que é o instrumento típico de Creta. Na Grécia continental, o instrumento predominante é atualmente, o clarinete, designado de Klarino, que substitui quase por completo a gaita-de-foles (gaida) e um oboé místico designado karamouza ou pipiza.
Theodora Baka, natural de Larissa (Grécia), desde criança que se foi familiarizando com as canções tradicionais da sua terra natal. Em 2007, no auge das suas capacidades vocais, editou para a etiqueta alemã Raumklang, o extraordinário registo “Myrtate: Traditional Songs from Greece”. Fazendo-se acompanhar por uma formação pouco usual, constituída pelo oud (Thymios Atzakas), lyra (Pantelis Pavlidis) e zarb (Bijan Chemirani), Theodora Baka celebra, sobretudo, as lendas e os mitos ancestrais helénicos, mas debruça-se, também, sobre outras canções tradicionais gregas, como lamentos pela perda da liberdade por uma jovem noiva ou singelas canções de amor.”
(01) San to feggari tis anixis (6:09)
(02) Lemonia (The Lemon Tree) (5:53)
(10) Triantafilia (3:29) 



2ª Hora: Obsidienne (França)
“Constituído por dezasseis elementos e dirigido por Emmanuel Bonnardot, desde 1993, o Obsidienne, da Borgonha (França), é um dos mais inventivos e convincentes ensembles vocais e instrumentais que se movem no domínio das músicas antigas. Ao longo dos anos, o grupo tem-se empenhado na recolha de repertórios inéditos ou pouco conhecidos da Idade Média e do Renascimento. Por outro lado, tem desenvolvido um trabalho notável sobre a recuperação do Instrumentarium medieval, a partir das iconografias dos grandes mestres da Idade Média.
Abarcando os domínios da poesia, do teatro, da dança e da música, por vezes também da produção contemporânea ou da música tradicional, o ensemble Obsidienne tem uma vasta discografia na Calliope e na OPUS 111, ainda que os seus últimos dois registos tenham sido editados pela Eloquentia e pela Phaia Music. Ao longo dos tempos, foi granjeando uma considerável reputação nos meios da música antiga e obteve o reconhecimento do público e da crítica especializada francesa e internacional (Grand Prix du Disque, Diapason d’Or, Choc do Monde de la Musique, 10 da Répertoire, 5 estrelas da Goldberg, Recommandé pela Classica, Bravo da Tradmagazine…).
Os Obsidienne atingiram o auge da sua criatividade com o extraordinário registo Miracle! Cantigas de Santa Maria d’Alfonso el Sábio (2007 Calliope). Após as excelentes abordagens que Clemencic Consort, Sequentia, Grupo Sema, Jordi Savall, Alla Francesca, Esther Lamandier, Joel Cohen, Antequera, Ensemble Gilles Binchois e Eduardo Paniagua, entre outros, fizeram a este monumento medieval, os Obsidienne surpreenderam tudo e todos com a sua belíssima versão do cancioneiro com mais variedade de temas acerca da Virgem Maria em toda a Europa.”
(12) Non sofre Santa Maria (4:36)
(04) De Santa Maria sinal (3:31)

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