domingo, 19 de fevereiro de 2012

49. Yaki Kandru (Colômbia) / Grupo Sema (Espanha)

Encantos da Alma (19/02/2012)
 Destaques
1.ª Hora: Yaki Kandru (Colômbia)
Music from the Tropical Rainforest and other Magic Places, do grupo Yaki Kandru, da Colômbia, é um dos discos mais importantes da música dedicada à América pré-colombiana. Trata-se de um projeto que se baseia no romance “Pasos Perdidos”, do escritor e musicólogo cubano Alejo Carpentier, e que se refere a um citadino na floresta virgem à procura da música e da cultura indígenas.
Os Yaki Kandru foram, então, em busca da música arcaica e mágica que acompanha o ritual das tribos indígenas do continente americano e elaboraram uma gravação com elevado sentido de evocação. O universo sonoro reconstruído pela banda fundada por Jorge López revela-se pan-americano e reflete a riqueza e a variedade das melodias e dos cantos das diversas tribos índias do continente.
Do magnífico registo que editaram, vamos ouvir um canto dos Suyá, da Amazónia brasileira, entoado pelas jovens raparigas, na véspera do seu casamento; depois, um canto dos Shawnee dos nativos da América do Norte, entoado sempre no final de cada colheita; ainda, um canto de guerra dos Bari, uma tribo que vive nas proximidades do rio Catatumbo, que atravessa a Venezuela e a Colômbia; e, finalmente, uma improvisação com o Teponaztli, um instrumento maia, originário do México, que nos mostra os ritmos da tradição musical dos índios da floresta virgem de Caquetá, a sudoeste da Colômbia.
(05) Canto de mujeres de los Suyá (3:29)
(09) Canto de los Shawnee (2:16)
(07) Canto de guerra de los Bari (6:19)
(08) Improvisación com dos Teponaztli (6:14)

2ª Hora: Grupo Sema (Espanha)
“De um total de aproximadamente duas mil cantigas galaico-portuguesas da Baixa Idade Média, existentes em vários cancioneiros, infelizmente apenas se conservaram com música as seis obras atribuídas ao jogral de Vigo, Martin Codax, e as pertencentes ao fabuloso espólio conhecido por “Cantigas de Santa Maria”.
A coleção de “Cantigas de Santa Maria” abarca 426 obras dedicadas à Virgem e foram compostas na segunda metade do século XIII, por volta de 1250-80, sob a direção do então rei de Castela, Afonso X, el sábio (1221-1284). Pela sua coerência temática e formal, pela sua homogeneidade estilística, pelo seu número e até pela beleza dos próprios manuscritos que as contêm (alguns deles com luxuosas miniaturas), esta coleção tornou-se num fenómeno particular na história da música medieval e constitui o cancioneiro com mais variedade de temas acerca da Virgem Maria em toda a Europa.
Várias e excelentes são as abordagens que alguns dos melhores grupos que se dedicam à música antiga foram fazendo ao longo dos tempos, nomeadamente as de Clemencic Consort, Sequentia, Obsidienne, Jordi Savall, Alla Francesca, Esther Lamandier, Joel Cohen, Antequera, Ensemble Gilles Binchois e Eduardo Paniagua, entre outros. Uma das mais significativas interpretações feitas a este monumento medieval é a do Grupo Sema, um ensemble vocal e instrumental de Espanha dirigido por Pepe Rey e constituído por quatro cantores solistas, um coro de oito elementos e oito instrumentistas. Tendo-se especializado nos repertórios da Idade Média e do Renascimento, o Grupo Sema atingiu o auge da sua criatividade com o extraordinário Las Cantigas de Alfonso el Sabio”, um registo duplo que contém 17 cantigas e um libreto de 91 páginas”.
(06) II. Cantiga 367: Grandes miragres faz Santa Maria (8:18)

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