domingo, 5 de fevereiro de 2012

47. Goran Bregovic (Bósnia/…) / Delphine Aguilera e Trio Joglar (França/Tunísia)

Encantos da Alma (05/02/2012)
1.ª Hora: Goran Bregovic (Bósnia e Herzegovina)
“Integrado no ciclo Músicas do Mundo da Gulbenkian, Goran Bregovic regressa a Portugal com a sua irresistível “Orquestra de Casamentos e Funerais”, para apresentar no dia 6 de fevereiro, no Grande Auditório,Margot, memórias de uma rainha infeliz”, um espetáculo-concerto com a participação da atriz Ana Moreira.
Filho de mãe sérvia e pai croata, Goran Bregovic nasceu em Sarajevo (capital da Bósnia e Herzegovina) e ficou conhecido, sobretudo, pelas bandas sonoras que fez para filmes como “Arizona Dream”, “O Tempo dos Ciganos” e “Underground” de Emir Kusturica ou “La Reine Margot” de Patrice Chéreau.
Na música de Bregovic tudo é encruzilhada e contradição. Como se cada canção fosse um retrato universalizado dos vários cruzamentos, étnicos e culturais, da sua terra natal, os Balcãs. Começou a sua carreira, dedicando-se a copiar as últimas modas da música rock do lado de cá da cortina de ferro, mas, rapidamente, de importador de modas e de estilos, passou a exportador e divulgador de uma certa forma de fazer música que até então nos era desconhecida. A inspiração de Goran Bregovic foi sempre o folclore balcânico, mas, paulatinamente, foi introduzindo outros géneros à sua música. Em trabalhos como “Tales & Songs from Weddings and Funerals”, por exemplo, pudemos vê-lo acrescentar reggae, tango e outros géneros à raiz da sua música e em “Goran Bregovic's Karmen” pudemos apreciar o seu talento para a composição de ópera. Para apreciar, agora, em Encantos da Alma ou amanhã na Gulbenkian.”
(01) Ederlezi (3:48) Le Temps des Gitans
(01) Elo Hi (4:13) La Reine Margot
(04) Gul (3:56) Songbook
(03) Mesecina (4:02) Underground

2ª Hora: Delphine Aguilera e Trio Joglar (França/Tunísia)
“Nos séculos XII e XIII, um leque de canções emergia pela pena das trobaïritz (poetisas) e dos trobadors (poetas). Estes trovadores, poetas mas também músicos e compositores, são os primeiros artistas profanos a surgir na Europa, mais precisamente na região de Limousin, estendendo-se depois a toda a Provença. Por volta de 1160, a estrutura e a temática dos trovadores foram adaptadas pelos trouvères do país d’Oil (norte de França), pelos Minnesänger na Alemanha e por outros trovadores da Itália e de Espanha.
O status e as origens sociais destes trovadores eram diversificados: Se Guillaume IX era duque da Aquitânia e Jaufré Rudel príncipe de Blaye, já Cercamon (“aquele que correu o mundo”) e Marcabru (conhecido também por “pena perdida”) eram simples jograis. Bernard de Ventadour, que sucedeu a Aliénor d’Aquitânia na corte de Inglaterra, um dos principais trovadores na 2ª metade do séc. XII, era filho de um servo do castelo de Ventadour e, portanto, também de origem humilde. Por outro lado, as Trobaïritz como Contesse de Die, Azalaïs de Porcairages, Na Caslelloza, entre outras, eram damas cultas da nobreza que se dedicavam a contar histórias para serem cantadas ou declamadas.
O Trio Joglar, constituído pelos franceses Delphine Aguilera (especialista em repertórios líricos e poéticos) e Mathias Autexier (nas percussões orientais) e pelo tunisino Marc Bellity (cistre e mandola) recuperam os trovadores medievais em “Fin Amor” (2007) e, um pouco menos, em “Color” (2011), editados pela Buda Musique. Trata-se de registos que privilegiam o amor cortês, impregnado de valores heróicos próprios da cavalaria (humildade, reserva, submissão, lealdade e fidelidade sem mácula do cavalheiro à sua dama), um amor realista e carnal, não que se dirija ao adultério, mas que evoque emoções delicadas.”
(03) Méditation sur le thème de la Sybille / Na Carenza (4:33)
(01) Prélude sur Annus Novus in Gaudio / A Chantar (5:56)
(09) Improvisation instrumentale/Rei Glorios/Ave Rosa Novella (9:04)

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