domingo, 2 de junho de 2013

96. Nusrat Fateh Ali Khan (Paquistão) / Al Qantarah (Itália)



Encantos da Alma  (02/06/2013)


1ª hora: Nusrat Fateh Ali Khan (Paquistão)
“Músico e cantor popular paquistanês, Nusrat Fateh Ali Khan nasceu em 1948, no Paquistão, na cidade de Lyallpur (mais tarde denominada Faisalabad), tendo falecido em Londres, em agosto de 1997. Continuando uma tradição familiar de seis séculos, a sua predisposição para a música cedo se manifestou, conquistando o reconhecimento da sua terra natal, que o considerou um mestre e guia espiritual da música islâmica. Paulatinamente, conquistou o subcontinente indiano e o mundo e foi considerado o melhor intérprete contemporâneo de Qawwali, o canto religioso da corrente espiritual mística islamista Sufi.
Para além da música mística devota ao sufismo, Nusrat Fateh Ali Khan incorporou outros estilos no seu repertório, como a música clássica tradicional Khyal, de forma a produzir um estilo único que seduzisse os praticantes de todas as religiões. As suas primeiras atuações foram com o grupo Party, constituído por músicos profissionais paquistaneses, alguns familiares do próprio Khan, nomeadamente o seu pai. Nas suas atuações, Ali Khan fixava as audiências e monopolizava-as, dada a qualidade meditativa, hipnótica e transcendental da sua música.
Nusrat Fateh Ali Khan gravou mais de 100 álbuns, granjeando a admiração e veneração de Peter Gabriel pelas suas performances, o que os levou a trabalhar juntos em vários projetos que incluíram um álbum de compilações, várias atuações ao vivo e o lançamento de registos para a companhia discográfica Real World. De entre esses registos destacam-se “Shahen-Shah”, assim designado por inspiração da alcunha paquistanesa de Ali Khan - Shahen-Shah-e-Qawwali (A Estrela Mais Brilhante do Qawwali); “Mustt Mustt”, em que Ali Khan trabalhou com o compositor experimentalista Michael Brook, numa clara tentativa de conferir à sua música uma orientação mais virada para o Ocidente; “Shahbaaz, que continha quatro melodias tradicionais do Qawalli, louvando o divino; e “Night Song, de novo com o canadiano Michael Brook, que possibilitou a Ali Khan ser nomeado e contemplado com o prémio Grammy, para Melhor Álbum do Ano de 1996.”
(04) My Comfort Remains (6:40) Night Song

2ª hora: Al Qantarah (Itália)
“Desde os tempos mais antigos que a cultura siciliana foi assimilando múltiplas influências externas: do mundo helénico, da civilização itálica, da presença árabe ou da conquista normanda. Estas influências contribuíram para que a Sicília medieval constituísse uma súmula incaraterística, típica de qualquer povoado cosmopolita, com presenças notórias de cruzamentos de raças, diversas tradições e raízes étnicas variadas.
Constituído em torno de um projeto de pesquisa sobre a música da Sicília, o quinteto italiano Al Qantarah (nome de um rio a leste da Sicília, que em árabe significa ponte) formou-se em Bolonha, em 1990. Os Al Qantarah encetaram uma comparação entre o repertório da Idade Média e o da tradição siciliana, bem como entre repertórios da música árabe e do Médio Oriente. Os membros da banda, todos provenientes de grandes formações de música antiga e étnica, têm uma experiência considerável, tanto no que diz respeito à execução dos instrumentos (que reproduziram a partir das iconografias medievais e dos frescos do século XIII, da Capela Palatina, em Palermo), como na prática da pesquisa musicológica e do ensino.
Existem duas importantes coleções representativas da cultura e da mentalidade da Sicília medieval: “Troparium de Catania”, do século XIII, conservada na Biblioteca Nacional de Madrid; e “Corpus di musiche popolari siciliane” (Palermo, 1957), que contém peças recolhidas diretamente do povo por Alberto Favara, há cerca de um século. Com base nessas coleções os Al Qantarah editaram os registos “Abballati, abballati! Canti e suoni della Sicilia Medievale” (1999, Foné) e “Troparium de Catania: Feste e canti della Sicilia Normanna” (2006 Promo Music). O primeiro foi gravado no Castello Ursino de Catania (construído em 1240 por Frederico II) e aborda a paisagem sonora da cultura da Idade Média da ilha, com especial referência para a época de Frederico II, enfatizando as influências musicais de origem indígena, árabe, bizantina, normanda e provençal; o segundo, baseado em três manuscritos sicilianos do século XII, contém músicas antigas normandas, bem como alguns exemplos de polifonia tradicional, revestindo a estreia da gravação deste repertório em todo o mundo."
(08) Dolce lo mio drudo (6:40)
(04) Bem m’é venuto (4:20)
(06) A la viddanisca (4:49)
(12) In hoc anni circulo (2:48) 

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