quarta-feira, 24 de agosto de 2011

01. “Qawwali - Flamenco” (Paquistão/Espanha) / Ensemble Syntagma (Rússia)

Encantos da Alma (05/12/2010)
Destaques:
1ª Hora: “Qawwali - Flamenco” (Paquistão/Espanha)
 “Existem imensas similaridades entre o Flamenco e o Qawwali, notórias, sobretudo, nas suas vocalizações viscerais, catárticas, a meio caminho entre a dor e o êxtase. Se bem que distintas sob o ponto de vista musical, é certo, no entanto, que ambas as expressões cumprem funções espirituais. O flamenco é uma música nitidamente profana, que se centra no quotidiano, ao passo que os qawwals são cantores e músicos muçulmanos, geralmente nómadas, que celebram o amor místico. 
A relação estreita entre o flamenco e a arte do subcontinente indiano já se havia manifestado, por exemplo, em ‘Yerbagüena’ de Pepe Habichuela e Bollywood, lançado em 2001. Mais tarde, em 2006, pela mão da etiqueta Accords Croisés, surge o fabuloso projecto “Qawwali Flamenco”, uma edição especial luxuosa, que inclui um livro de quarenta páginas ilustradas, dois CDs e um DVD. Trata-se do encontro entre o Ensemble de Qawwali Faiz Ali Faiz, do Paquistão, e um quarteto espanhol, constituído por Duquende, Miguel Poveda, Chicuelo e Vigueras. Ao longo de onze longos e fascinantes temas, desfilam sons exclusivamente de flamenco, em que a guitarra de Chicuelo acompanha Duquende ou Poveda, que cantam tangos, malagueñas, granaínas ou soleá, existem canções exclusivamente de 'qawwali', em que a voz de Faiz Ali Faiz se faz acompanhar por coros, tabla e harmonium e surgem faixas onde o flamenco e o 'qawwali' interagem ao encontro do divino.
 A intensidade de “Qawwali-Flamenco”, a sua complexidade, os seus sentimentos, as suas emoções e o seu valor musical podem ser ouvidos ao longo de quase duas horas, mas também vistos num DVD com aproximadamente uma hora, que regista o concerto no Festival de Fez (Marrocos), em Junho de 2005, sob os arcos do antigo palácio de Bab Makina.”
CD 1 (1) Allah hu (13:29)
CD 2 (3) Tango al mar (9:56)
           
2ª Hora: Ensemble Syntagma (Rússia)
“Os dicionários e enciclopédias referem-se, muitas vezes, a Gautier d’Épinal em artigos relacionados com a música de Lorraine. Vários escritores referem-se a uma personagem obscura da Idade Média, a quem são atribuídas de quinze a trinta canções.
A identificação deste trovador evoluiu consideravelmente a partir dos finais do século XIX. As recolhas de Marquis de Pange identificaram-no como o cavaleiro Gautier V d’Épinal, que nasceu entre 1205 e 1230 e morreu em 1272 e que pertenceu a uma notável família, governante da cidade de Épinal, desde o século XI.
Contudo, Robert Lug atribuiu a Gautier d’Épinal uma identificação completamente diferente, na sua publicação “Der Chansonnier de Saint-Germain-des-Prés. Das älteste volkssprachige Liederbuch Europas. Melodien, Notation, Entstehung, politisches Umfeld” (vol. 1-4, Peter Lang, 2007). De acordo com o Dr. Lug, Gautier d’Épinal era um clérigo, sobrinho do bispo de Metz, que morreu em 1232.
Independentemente de ter sido um senhor nobre de Ruppes ou um clérigo de Metz, o essencial de Gautier d’Épinal encontra-se na sua música. Verdadeiramente importante é que Gautier d'Epinal era uma figura notável na história da música e, indubitavelmente, o compositor mais brilhante e original da história de Lorraine. A criatividade melódica de Gautier ultrapassa largamente os clichés do seu tempo, deixando à melodia, transbordante de ornamentos, um curso livre. A energia das suas intonações criou uma expressividade impressionante. Gautier d'Epinal foi também um poeta-filósofo que ultrapassou as limitações da arte cortesã e antecedeu em cerca de meio século as inovações da Ars Nova (Trecento).
O Ensemble Syntagma, especialista nos repertórios medieval, renascentista e barroco, fundado em 1995 por Alexandre Danilevski, compositor e músico de Saint-Petersbourg, depois do extraordinário "Trouvères en Lorraine", aborda a poesia e a música do trovador francês em “Gautier d'Epinal: Remembrance" (2007 Challenge Records Int.), sem margens para dúvidas, um dos registos do ano.”
(02) Quand je voi l’erbe menue (4:45)
(11) Par son dolz comandemant (4:20)
(07) Aÿmansfinset verais (5:36)
(08) Outrecuidiers et ma fole pensee (5:00)

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