Encantos da Alma (10/04/2011)
Destaques:
“O Budismo do Tibete sustenta como ideal supremo o desejo de trazer benefícios a todos os seres vivos. Assim, as canções budistas são cantadas como uma oferenda e, por isso, quem as interpretar com alma pode sentir as bênçãos e ser inspirado pela sua intenção. Foi o que aconteceu a Yungchen Lhamo, cujo nome significa deusa da canção, atribuído por um Budista lama, quando ainda bebé.
Nascida e criada no Tibete, desde muito cedo Yungchen Lhamo teve uma esmerada educação, orientada pela mãe, tia e avó para a espiritualidade e para um perfeito desempenho da voz. Aos 25 anos, Yungchen deslocou-se do Tibete à Índia, caminhando pelos Montes Himalaias, numa viagem perigosa, para receber a bênção do Dalai Lama.
O poder e a pureza da voz de Yungchen Lhamo dão alma à sua devoção espiritual, como podemos constatar pela audição de “Tibet Tibet” (1996) e de “Coming Home” (1998), os dois primeiros registos gravados para a Real World. Em “Ama” (2006), o terceiro álbum para a etiqueta britânica, Yungchen Lhamo envereda por novas vias para fazer passar a sua mensagem de resistência pacifista à ocupação chinesa do Tibete e enceta o diálogo com músicos ocidentais, experimentando equações que não desvirtuam a tradição tibetana, ao mesmo tempo que lhe conferem colorações mais vivas e acessíveis.”
(06) Lhasa Pumo (3:40) “Tibet Tibet”
(08) Dradul Nyenkyon (4:10) “Tibet Tibet”
(01) Happiness Is… (5:06) “Coming Home”
(04) Tara (5:06) “Ama”
2ª Hora: Estampie (Alemanha)
“Estampie é o nome de um ensemble formado em 1985 em Munique por Michael Popp, Ernst Schwindl e Sigrid Hausen. Os Estampie fazem uma música de extraordinária densidade, tanto no aspecto formal como sob o ponto de vista emocional. Utilizam instrumentos acústicos da época medieval e fazem-no de tal modo que a sua música soa como se fosse electrónica. Tal se deve, sobretudo, ao organistrum, sanfona gigante e ícone musical, visual e ideológico da banda, como que uma gárgula medieval produtora de sons mutantes e fascinantes. Imagine-se uma “estampie” medieval dançada numa catedral gótica que, por artes mágicas, se tivesse transformado numa imensa discoteca. Dir-se-ia que a música dos Estampie quase anula o poder discriminatório da História: tanto pode ser encarada como a música medieval dos tempos modernos como a música “electrónica” da Idade Média”.
Até à data, os Estampie editaram oito registos: “A Chantar” (1990), “Ave Maris Stella” (1991), “Ludus Danielis” (1994), “Crusaders” (1996), “Materia Mystica” (1998), “Ondas” (2000), “Fin Amor” (2002) e “Signum” (2004).”
(05) Ondas do mar (4:06) “A Chantar”
(15) Stella splendens (5:29) “Ave Maris Stella”
(10) Non e gran cousa (5:01) “Signum”
(11) Palästinalied (4:42) “Crusaders”
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