Encantos da Alma (09/01/2011)
Destaques:
1ª Hora: Rokia Traoré (Mali)
“Rokia Traoré é uma jovem do Mali que representa uma nova geração de artistas africanos que permanecem fiéis às suas raízes e que, simultaneamente, mantêm um olhar sobre as tendências do mundo moderno. Esta espécie de cantautora africana conhece bem os griots, mas também o jazz, a música clássica, o rock, os blues e a música indiana. De forma segura, Rokia Traoré tem seguido as tradicionais características das músicas do oeste africano, mas tem enveredado também por caminhos inovadores. Por vezes, arrisca combinações instrumentais únicas, quando, por exemplo, utiliza o balafon balaba (característico de Bélédougou, a sua região, no sul do Mali) e o n’goni (espécie de guitarra maliana, o instrumento favorito dos griots Bambara). Por outro lado, Rokia rejeita definitivamente a kora, o instrumento de cordas emblemático do oeste africano, substituindo-a por uma guitarra acústica.
Rokia Traoré editou, até à data, quarto registos: "Mouneïssa" (1998), "Wanita" (2000), "Bowmboï" (2003) e "Tchamanché" (2008), que incluem autênticas pérolas de depuração acústica, em que a delicadeza e simplicidade não se confundem com fragilidade”.
(04) Mariama (5:37) “Bowmboï”
(05) Kounandi (5:23) “Tchamanché”
(03) Finini (5:06) “Mouneïssa”
(01) Kanan Neni (6:14) “Wanita”
2ª Hora: The Renaissance Players (Austrália)
“Fundado em 1967 por Winsome Evans, docente da Universidade de Sidney, o ensemble The Renaissance Players é o mais conceituado agrupamento australiano dedicado à música antiga. Tornou-se conhecido principalmente pelos seus variados e imaginativos concertos, que comportam poesia, música, dança e procissões. Como o próprio nome indica, The Renaissance Players foram constituídos para demonstrar a função particular do ensemble em dar uma nova vida e fazer reviver a música do passado, baseando o seu trabalho numa recolha exaustiva e posterior estudo e prática, no sentido de reproduzirem os estilos e géneros musicais há muito perdidos no tempo.
O projecto mais ambicioso, e provavelmente o mais conseguido, dos Renaissance Players foi a edição da caixa com 4 CDs “The Sephardic Experience” (Celestial Harmonies), dedicada ao espólio das comunidades sefarditas da Europa, Império Otomano e Norte de África, (previamente editado nos registos “Thorns of Fire”, “Apples & Honey”, “Gazelle & Flea” e “Eggplants”).
Após terem sido expulsos de Espanha, em 1492, pelos reis católicos Fernando e Isabel, os judeus Sefarditas empreendem o caminho do desterro e levam consigo a língua e as canções da sua terra, mais madrasta que mãe. Apesar da sua diáspora, ou talvez justamente por essa razão, durante cinco séculos, conservaram certas características ibéricas nas suas canções, que em Espanha e Portugal se foram perdendo. São estas canções que o ensemble The Renaissance Players recolheu e interpreta magistralmente em “The Sephardic Experience”.
(02) El Rey de Francia tres hijas tenia (7:58) “Gazelle & Flea”
(07) Si la mar era de leche (6:40) “Eggplants”
(10) Salgas Madre (5:10) “Eggplants”
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